Vendedor de sonhos

O agente de viagem atua vendendo muito mais do que roteiros turísticos, mas trazendo uma consultoria para viajantes. Entenda mais o trabalho deste profissional.

Viajar, conhecer novos destinos e culturas são desejos de consumo da maioria das pessoas. Mas planejar cada etapa de uma viagem, desde a compra de passagens, reserva de hotel, passeios, translados, além de definir todo o roteiro turístico não são tarefas para qualquer um. Nesse sentido, o agente de viagem atua vendendo muito mais do que roteiros turísticos, mas trazendo uma consultoria para viajantes. Entenda mais o trabalho deste profissional, na visão de quem está no mercado.

Atividade dinâmica

Promover a venda de excursões e pacotes turísticos, montar roteiros personalizados, efetuar reservas para viagens, contratar empresas de transporte para translado, acomodação em hotéis, aluguel de carro e programas de entretenimento. São várias as atividades do agente de viagens, mas o que torna o profissional diferenciado são suas habilidades complementares, sua visão ampla e empatia por pessoas. “O profissional que queira trabalhar no turismo tem que pensar que a agência é só o meio não o fim”, destaca Claudia Alcântara, Diretora e Consultora de Viagens na Terratur, há 18 anos no mercado de turismo cearense.

“O profissional tem que ter uma visão ampla, habilidades digitais, gostar de gente, saber fazer networking, gostar de ler e, principalmente, ter iniciativa”, completa.

Legenda: Claudia Alcântara: profissional tem que ter visão ampla

Como observa a empreendedora, o profissional deve investir na participação em eventos, workshops, viagens de conteúdo, visitas a hotéis, congressos, feiras, além de conversar com fornecedores e ampliar a rede de contatos. “É muito dinâmico, pois atendemos vários perfis e profissionais, como funcionários públicos, empresários, profissionais liberais, aposentados, donas de casa e assistentes. Com essa troca, conhecemos os sonhos e aprendemos todo dia os novos comportamentos e a forma de consumo”, argumenta.

Novas mídias

A profissão de agente de viagens já foi colocada em xeque no passado por conta do avanço das novas mídias. Se por um lado as novas tecnologias trouxeram facilidades para os viajantes mais independentes, o profissional de turismo mais antenado também soube aproveitar esse avanço tecnológico. “A tecnologia só tem ajudado. Embora não sejamos uma agência de venda on-line, nem pretendemos, temos presença on-line através de vários canais de comunicação. Com a ajuda de uma empresa de mídias que cuida do conteúdo, discutimos as pautas e fazemos um planejamento. Com um time enxuto, porém antenado, temos sido muito produtivos com ajuda da tecnologia, que nos oferece ferramentas on-line para contato direto com nossos clientes, operadoras, companhias aéreas, fornecedores diretos em alguns países que tem mais procura”, afirma Claudia Alcântara.

Para a consultora, formação é primordial, mas o diploma não garante o emprego hoje em dia. “Entendemos que nosso trabalho não é para todo mundo. Assim como tem personal trainer, personal shopper, nós somos um assistente ‘personal’ de viagem. Nosso trabalho é para quem valoriza o tempo e o dinheiro e, principalmente, a segurança de uma compra que é um investimento”, defende Claudia Alcântara.

Enteder que o trabalho é mais do que uma venda, mas uma consultoria com base no perfil do cliente e objetivos da viagem faz parte do trabalho de um bom agente. E, muitas vezes, o trabalho vai além, realizando pedidos especiais da clientela, como ilustra Claudia Alcântara. “Posso contar que já tive que ligar para uma cidadezinha no Chile para saber se tinha missa num dia X, porque o casal tinha que assistir à missa sábado à tarde.Tive cliente que não queria estátua no hotel, ou hotel cujo banheiro não fosse com cerâmica escura, cliente que liga de Madrid para saber onde fica a lanchonete mais próxima. Mas a gente adora atender os pedidos”, conta.