Hotel para cachorro

Vai viajar ou se ausentar de casa por alguns dias e não tem com quem deixar seu cachorro? A solução pode ser um hotel específico para cães, onde haverá todo o cuidado com seu melhor amigo de quatro patas.

Foto: Leonardo Gonçalves/ Divulgação

Um dos estabelecimentos desse tipo em Fortaleza é o Bons Amigos Pet Hostel, que fica no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante e tem os serviços de creche canina, hospedagem, natação, banho e pet shop. Os animais tanto podem ficar apenas um dia ou meio período na creche (serviço conhecido como day care) como podem usufruir desse serviço e também dormirem lá – o que configura a hospedagem – caso a família ou o dono do cachorro precise se ausentar por uma temporada. O local tem um cronograma de atividades que envolve recreação, socialização e exercícios, seguindo as filosofias do bem-estar e do enriquecimento ambiental.

Bem-estar canino
O casal Natália Holanda e Vinícius Firmino, fundadores do Bons Amigos Pet Hostel, explicam que o enriquecimento ambiental se trata de proporcionar um ambiente rico aos animais, com estímulos diferentes em várias áreas, aproximando-se das condições que eles encontrariam na natureza, se não morassem em casas ou apartamentos. “Um ambiente que tenha estímulos, que tenha tocas, onde ele possa se esconder, que tenha uma pedra por onde ele vai passar e vai sentir ali nas patinhas dele; passagens tubulares com barulho, passagem molhada”, exemplifica Vinícius Firmino.

Foto: Leonardo Gonçalves/ Divulgação

Natália diz que o cachorro precisa ser cachorro e ter as necessidades básicas atendidas, como caçar, rasgar, liberar energia e os instintos. “Toda semana trocamos as atividades, vemos o que pode mudar, se é o grau de dificuldade. Se é cachorro novato ou não a gente faz atividades diferentes. Para o cachorro que não gosta tanto de atividade coletiva, a gente faz individual, até ele se sentir à vontade pra fazer com todo mundo junto. São atividades que os estimulem”, comenta a fundadora.

Essas atividades são então divididas em momentos de recreação, socialização e exercícios, sempre adaptados a cada raça. “Os monitores são treinados, conhecem cada raça. A gente bate um papo com os pais, vê como é o dia a dia, e vamos adequando a atividade para o cão”, informa Vinícius. Por isso, ele defende que o day care é tão importante, pois contribui para que o cão não seja medroso, socialize bem e gaste energias. “Então ele não vai ser um cão estressado, mas sim equilibrado, em todas os aspectos”, declara o fundador.

Foto: Divulgação

Avaliação
Para deixar seu animal no local, é importante agendar uma avaliação com antecedência. “Não trabalhamos com imediatismo, porque iria comprometer o bem-estar de todos os cães”, relata o fundador. Ele argumenta que a antecedência é necessária porque na avaliação, que começa com uma conversa com os pais do animal, o cachorro é introduzido pouco a pouco no espaço.

“A gente coloca o cachorrinho num ambiente específico da creche – sem incomodar a turma que já está lá dentro – para ver como ele vai se sentir, como vão ser as reações dele. Alguns cachorros têm medo, tem cachorro que nunca pisou na grama, então fica todo desengonçado. Naquele momento, consigo ter uma ideia do cão, de como foi a criação dele, se foi muito mimado, se está muito humanizado. Assim conseguimos trabalhar melhor e colocar nos dias que são mais calmos, para podermos dar mais atenção àquele cão, para encaixá-lo na matilha da melhor forma possível”, pontua Vinícius.

Natália acrescenta que, dependendo do cachorro, incluem-se alguns períodos de adaptação, a exemplo de meio período de creche, três horas de creche, para acompanhar a evolução do cão, vendo se ele vai perdendo aos poucos o medo, para ele se sentir bem e acolhido no ambiente. “É normal que o animal fique acuado e com medo quando vai a certos locais pela primeira vez. Não é normal permanecer com esse medo”, detalha a fundadora.

Foto: Divulgação

Ela lembra que o cartão de vacinas precisa estar em dia (virose, raiva, giárdia e gripe são obrigatórias); cadelas no cio não são aceitas, e machos adultos, somente castrados. Como cada cachorro tem uma adaptação diferente, ela sinaliza que o ideal seria buscar o local com um mês de antecedência à hospedagem.

Filosofia
“A gente não força o cachorro, a gente ensina o cachorro. Então não tem gaiola, nem na hora do banho. Isso vai na contramão de quem trabalha com bem-estar animal. Pelo contrário, você dá opções para o cachorro, você mostra para ele. Somos contra a filosofia aversiva, que alguns usam, por exemplo, trancos, borrifada no rosto do cão, barulho de lata com pedra para o cachorro parar. Não usamos essa filosofia. Somos adeptos de realmente ensinar o cachorro. No próprio dia a dia a gente vai conduzindo-o para fazer xixi num local específico e assim vamos ensinando e fazendo o treino de comportamento básico.”
FONTE: Vinícius Firmino, fundador do Bons Amigos Pet Hostel