Veja como utilizar trepadeiras na decoração

Conhecida por se sustentar em muros e outras superfícies, a planta dá um charme especial aos projetos paisagísticos.

Legenda: Projeto Catê Poli
Foto: Evelyn Muller/divulgação

Para acabar com a monotonia das paredes e muros chapiscados, as trepadeiras são plantas que deixam o ambiente exótico e com grande impacto visual. Esse revestimento natural de muros pode servir como cobertura em um caramanchão ou ser associado a uma árvore, gerando um efeito estético agradável. Confira dicas de como inserir as trepadeiras na decoração.

Alto valor estético

Lindas e exuberantes, as trepadeiras crescem contornando superfícies de apoio em muros, paredes e pergolados, criando desenhos com o verde vivo de suas folhas e, em algumas espécies, com o perfume e o colorido das flores. Consideradas de alto valor estético para profissionais da decoração, as plantas conferem muita beleza ao jardim.
De acordo com a arquiteta paisagista Catê Poli, à frente do escritório que leva o seu nome, em São Paulo, entre as principais vantagens das trepadeiras estão a sua capacidade de fazer sombra, além de oferecer mais conforto ao ambiente. “Como elas se apoiam em superfícies como muros, acabam formando uma linda cortina verde, que ainda contribui para a criação de sombras, um fator importante para vivenciar o jardim”, afirma a profissional.

Muitas são as possibilidades de utilização das trepadeiras na decoração de áreas externas e/ou jardins. O caramanchão, alternativa utilizada desde a antiguidade, proporciona beleza e o sombreamento das áreas de lazer. Uma opção que vem sendo muito bem aproveitada em praças e áreas de lazer de condomínios.

Dicas

De acordo com Catê Poli, na hora de escolher a superfície de sustentação da trepadeira, é bom evitar muros lisos, já que nenhuma espécie da planta vai se fixar ali. “A grande maioria das trepadeiras precisa ser conduzida, com fio de nylon ou cabo de aço, para que ela vá se enrolando e subindo pela estrutura”, explica. Outra recomendação é estudar bastante cada espécie, pois há particularidades em relação à necessidade de iluminação e solo que devem ser observadas. “É preciso entender as espécies para fazer o cuidado ideal. Cada uma possui determinado tempo de rega e poda, e o descuido com essas atividades pode fazer com que a trepadeira se torne uma inimiga. Por isso, é importante ter paciência e respeitar suas características”, explica Catê Poli, que alerta ainda sobre o dano que algumas espécies podem causar na pintura e nas estruturas do muro.

Em relação a insetos e pragas, também é preciso ficar atento e optar sempre por inseticidas naturais que não danificam a plantação. “São opções com custo acessível e que não agridem o ambiente e as plantas”, explica a arquiteta.

Ambientes

As trepadeiras como recurso estético podem ser utilizadas em ambientes internos e externos. Dentro dos ambientes, a dificuldade é a insuficiência de luz vinda de cima. “Se normalmente o ambiente é fechado, a luz virá da janela. Mas, algumas espécies funcionam para dentro de casa, como a Jiboia, trepadeira que é quase um filodendro, e o Aspargo Milindro, duas espécies bem resistentes”, afirma Felipe Stracci, arquiteto e paisagista do escritório Plantar Ideias, em São Paulo. “E tem características estéticas bem diferentes – o Milindro é uma renda, uma folha bem fina, bem clean, e a Jiboia está na pegada do urban jungle”, acrescenta.

Para áreas externas, Felipe Stracci indica a espécie nativa Norantea. “Ela é muito bonita e pode ser usada tanto como trepadeira como arbustiva. Dá uma flor vermelha bem estruturada, que gera uma questão estética bem tropical e bacana”, observa o arquiteto. Outra vantagem de plantas como essa e outras com flores exuberantes é que elas acabam atraindo pássaros, abelhas e insetos para sugar o néctar. Confira outras sugestões de trepadeiras.

Pereskia aculeata

É uma PANC (plantas alimentícias não convencionais) muito robusta, mas tem espinhos, o que não é indicado para um lugar com muita circulação ou que tenha crianças.

Combretum fruticosum

A escova-de-macaco é uma trepadeira exuberante e tropical, que surpreende a todos com sua floração decorativa. É uma planta lenhosa, ramificada e de porte médio, alcançando 6 metros de largura e 3 metros de altura.

Cuspida ria convoluta

O Cipó Rosa é uma trepadeira, perene, lenhosa, vigorosa, com tronco de até 15 cm de diâmetro e até 11 metros de altura e muito ornamental.

Mansoa alliacea (Cipó-Alho)

O cipó-alho é uma trepadeira perenifólia, de pequeno porte, da família das Bignoniáceas, a mesma família dos Ipês. Ela apresenta florescimento ornamental, além de interessantes qualidades condimentares e medicinais.

Mansoa difficilis (Cipó-de-sino)

O Cipó-de-sino é uma trepadeira sarmentosa, pertence à família Bignoniaceae, nativa do Brasil e do Norte da Argentina, perene, semilenhosa, robusta, ramificada, de crescimento rápido, até 5 metros de altura e florescimento muito ornamental.

Norantea guianensis

Vive, muitas vezes, de modo epífito na copa das árvores altas, onde ele pode chegar ao tamanho considerável e competir com a folhagem de seu hospedeiro. No entanto, pode ser usada como uma forração exuberante ou como trepadeira, associada com árvores de médio a grande porte.

Passiflora coccinea (Maracujá de Flor Vermelha)

Trepadeira de crescimento moderado nativa da Amazônia. Produz flores grandes e vistosas de coloração vermelho-vivo e pode ser plantado ao longo de cercas, alambrados, grades e pérgolas.

Pyrostegia venusta (Cipó de São João)

Essa trepadeira muito utilizada na decoração das festividades de São João em todo o Brasil. Produz muitas inflorescências, compostas de pequenas flores alongadas e alaranjadas. Deve ser cultivada a pleno sol e é usada como planta medicinal.

Fonte: Felipe Stracci, arquiteto e paisagista.