Obras de arte na decoração

Confira dicas sobre o tema a seguir.

Legenda: As fotos dos projetos dessa matéria, assinados por Anik Mourão, valorizam a obra de arte na decoração.
Foto: Felipe Petrovsky/Divulgação

No contexto de levar obras de arte para dentro de casa, aproveitando para inseri-las na decoração, a arquiteta e urbanista Anik Mourão, da @projetosanik, diz que tudo pode: quadros, esculturas, cerâmicas, fotografias, objetos antigos ou novos. “Tudo é possível, tudo respira design e arte porque está ligado ao fazer. Tudo que é criado está ligado à arte porque é ligado ao fazer”, pontua a profissional.

Sensibilidade e coerência
A arquiteta e urbanista Anik Mourão acredita que a obra de arte, antes de decorativa, é um elemento de comunicação entre um ser humano e um artista. “Você primeiro tem que se identificar com aquela obra e, inevitavelmente, a obra vai entrar na sua decoração em seguida. Quando você se identifica com uma obra de arte, é uma forma também de absorver seus gostos, sua preferência. Ter a obra de arte como um envolvimento pessoal, e não somente como um elemento decorativo, é valorizar o trabalho da arte”, comenta a arquiteta.

Decoração
Para ela, existem muitas coisas no universo da arquitetura que você tem que levar muito mais para o lado sensível do que para modismos. Então, uma vez que você se identificou com uma obra de arte, Anik Mourão sugere se valer do conhecimento da obra de arte e da sensibilidade para combinar trabalhos que conversem entre si, para que eles possam estar próximos. “Tem uma coerência ligada ao que a obra representa. Não simplesmente de cor e impacto, mas de sensibilidade”, defende.

Ela dá o exemplo de quadros que podem conversar por meio das molduras – mais clássicas e/ ou mais modernas –, por meio das cores. Você pode nortear trabalhos que são mais geométricos e mais gráficos, diferente de trabalhos que são figurativos, indica Anik Mourão.

“A mistura é rica dentro dessa estética. Acho que é sensível misturar. Você deve e pode misturar, não tem que se preocupar em estar tudo combinadinho. O sentido da arte não é ser um adorno, é realmente expressar algo seu. Acho que quem garimpa e coleciona obras de arte tem essa sensibilidade de adquirir obras que têm a ver com si”, opina a arquiteta.

Ambientes
Ela avalia que as obras de arte cabem em todos os cômodos da casa. Quando o arquiteto entra e interfere na escolha das obras junto com o cliente, quando conhece um pouco mais o cliente, vai orientar temáticas de obras de arte que estejam relacionadas com o universo da pessoa, sinaliza Anik.

Foto: Felipe Petrovsky/Divulgação

Ela segue explicando que, dentro da arte, é possível encontrar trabalhos emoldurados em acrílico, fotografia, escultura, trabalho a óleo, e eles devem ter uma coerência também em determinados locais, de você usar trabalhos mais adequados àqueles locais. Trabalhos a óleo, por exemplo, têm uma tradicionalidade de ficar na parte mais social, geralmente na sala, no escritório ou no seu quarto, comenta a profissional.

Um trabalho contemporâneo, que tem muito a ver com o fazer, com os processos de criação, que são geralmente com corte a laser e emoldurados em acrílico, podem estar em outros lugares, segundo a arquiteta.

Mesmo com essas sugestões, Anik Mourão diz que é muito difícil colocar uma fórmula para algo que é tão sensível. “Acho que você tem que usar mesmo a sensibilidade. Tanto que, quando a gente faz projeto com obra de arte, sentimos como ela trabalha melhor. Não é algo duro, é algo vivo”, aponta a arquiteta.

Sustentabilidade
A arquiteta e urbanista Anik Mourão indica que, ao usar obras de arte na decoração, deve-se estar menos preocupado em adorno e mais na obra em si. “A sustentabilidade está nisso, ser verdadeiro desde o momento da escolha de uma obra de arte para colocar em casa. Se há envolvimento com aquilo, você nunca vai se desfazer, não está ali só para adornar e combinar, está ali pela mensagem. Então tudo pode. Às vezes até uma peça antiga, que se emoldura e coloca na parede já dá um novo ar à casa”, considera a profissional. Além da questão da sustentabilidade, ela cita a identificação e a sensação de pertencimento no ambiente. Passa por quanto o cliente é verdadeiro com o que ele está fazendo e escolhendo para a casa dele, enfatiza a arquiteta.

Legenda: “Gostar de arte não está relacionado a ter poder aquisitivo. Acho que é possível para todo mundo, não se limita a quem pode comprar arte cara. O valor da arte está nessa comunicação e na valorização da arte”, defende a arquiteta Anik Mourão.
Foto: Esdras Guimarães/Divulgação
Arte é para todos
“Às vezes, você encontra peças que têm uma marca, um nome e são supervalorizadas. E, às vezes, você encontra antiguidades menores, uma peça que não tem tanto valor em moeda, mas que há identificação com ela. Se você a coloca com um texto, se ela ganha uma iluminação, entre outras possibilidades, ela traz outra energia. Gostar de arte não está relacionado a ter poder aquisitivo. Acho que é possível para todo mundo, não se limita a quem pode comprar arte cara. O valor da arte está nessa comunicação e na valorização da arte.”

“Gostar de arte não está relacionado a ter poder aquisitivo. Acho que é possível para todo mundo, não se limita a quem pode comprar arte cara. O valor da arte está nessa comunicação e na valorização da arte”, defende a arquiteta Anik Mourão.