Designers de interiores têm panorama positivo

Especialistas do segmento apontam fatores que podem impulsionar a atuação desses profissionais no País.

Legenda: Profissional precisa investir em qualificação, apontam especialistas.
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As perspectivas para os profissionais do setor de design de interiores são positivas para este ano. Os novos financiamentos liberados para as construtoras, a maior valorização do profissional e a gradativa retomada da construção civil no país são alguns dos motivos para essa análise, feita por Silvana Carminati, Presidente da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD). "Além de todos esses saldos positivos, temos outro grande motivo de comemoração: os 40 anos da ABD. Estamos com uma dose extra de otimismo e felicidade", afirma Silvana.

A dirigente, que está à frente da Associação Brasileira de Designers de Interiores desde setembro de 2017, também destaca o Fórum Setorial de Políticas Públicas para a categoria de design, do qual a ABD faz parte, para discutir os incentivos e as adversidades da profissão. "O mundo inteiro está mais atento ao design de interiores, e precisamos aproveitar a maré a favor para capacitar e potencializar os profissionais de design de interiores", analisa.

Legenda: Silvana Carminati: estamos com uma dose extra de otimismo e felicidade.
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Nesta entrevista ao Diário do Nordeste, Silvana Carminati traz mais detalhes sobre sua visão a respeito da profissão e as possibilidades de qualificação e de atuação nesse segmento.

Diário do Nordeste: De maneira geral, como está o panorama para a profissão de designer de interiores no Brasil?
Silvana Carminati: Observamos um cenário diferente de retomada da construção civil e juros menores para construtoras, o que impacta direta e indiretamente no nosso setor. É hora de rever nossas estratégias profissionais, acadêmicas e institucionais, atuando de maneira mais expressiva em cada projeto. Em quase 40 anos de trajetória da ABD – que serão completados este ano – tivemos conquistas memoráveis, e como maior Associação da categoria na América Latina e com relevante participação no território nacional com 12 regionais, estamos animados com essas boas mudanças. Nos últimos três anos crescemos bastante, porque tivemos uma pausa nas construções entre 2016 e 2017 e agora temos uma retomada.

Há algum mercado ou região específicos em que a profissão está mais demandada atualmente?
A Região Sul, porque é um polo industrial da área de mobiliário e forma muitos designers de interiores. Apresenta um mercado expressivo em design e decoração.
 
Há nichos específicos que podem ser aproveitados pelos profissionais?
Os nichos já estão sendo bastante aproveitados. Especificamente o design ainda precisa entrar mais fortemente no de hotelaria. O brasileiro ainda não está forte nessa área. O designer precisa saber que existe muito mais mercado fora da casa. Ele não pode ficar só no residencial. Sair no lugar comum da decoração e interiores de casas. É muito importante esse mercado, mas existem outros segmentos do design para se trabalhar. Principalmente os estudantes, que estão fazendo faculdade pensando em outras áreas, como corporativo etc.

Quais são suas orientações para o designer de interiores que já está no mercado e pretende aproveitar este momento favorável? De que forma ele pode se preparar bem para isso?
Primeiro, o profissional tem que se apresentar para todas as construtoras, mostrar o trabalho dele para todo mundo. Segundo, investir em mídias sociais, que é o nosso cartão de visitas hoje. Investir fortemente principalmente em vídeos, em um site e perfisn nas redes sociais. 

É importante investir em qualificação? De que forma fazer isso?
A qualificação é importantíssima. No Congresso da Federação Internacional de Arquitetos e Designers de Interiores (IFI), ocorrido entre os dias 25 a 28 de fevereiro, em Dubai, nos Emirados Árabes, foi falado em formação para o mundo todo. E falamos do tempo de formação do designer de interiores: qual o mínimo para ele estudar? Chegamos a uma média de quatro anos, é o mínimo, mesmo. Ninguém se forma em quatro anos, ou seja, há uma necessidade de atualização e de investimento em estudos contínua. Não pode parar, e esse continuar estudando pode ser por meio de plataformas digitais. Há muitas universidades fora do país com cursos interessantíssimos. É preciso também investir no inglês. Em resumo, o recado para o designer de interiores é esse: não pode parar.

Legenda: Alex Martins: o mercado melhorou bastante, abriu um leque de oportunidades.
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No Ceará
O Diretor Regional da Associação Brasileira de Designers de Interiores/Ceará, Alex Martins, também traz sua visão a respeito das perspectivas para os profissionais do segmento neste ano de 2020. Ele é designer de interiores desde 2015 e especialista em Criação e ambientação de espaços.

“A gente não para de estudar, um profissional recém-formado tem que buscar se aperfeiçoar na sua área, no seu nicho de trabalho o qual ele escolheu para seguir dentro do design de interiores e está sempre se atualizando – seja em busca na internet de cursos, seja busca com o próprio profissional. O networking é um dos principais focos que o profissional recém-formado tem que buscar”, analisa e recomenda Alex Martins.

Em quais nichos o profissional pode investir?
Com a retomada da Construção Civil, o mercado melhorou bastante, que abriu um leque de oportunidades. Com essa nova formatação da Arquitetura e da Engenharia, há um desafio de como você ambientar esses espaços. Nós, designers de interiores, com essa expertise, damos uma cara nova a esses espaços. Temos uma participação muito importante e positiva.

Qual é a sua análise a respeito do mercado cearense para os designers de interiores?
O Ceará cresce cada vez mais, com indústrias vindo para o Estado. E o mercado cresce junto. E hoje eu vejo muito o segmento comercial, o residencial, o crescimento de condomínios de luxo que estão chegando no Ceará (principalmente na parte Sul das cidades de Fortaleza e Eusébio), além de muitos investidores vindo de fora.

Saiba mais
Sobre a ABD

Desde 1980 a Associação Brasileira de Designers de Interiores trabalha em prol dos interesses dos designers de interiores. Como ações já realizadas estão a influência direta com o dia a dia da profissão, a parceria da ABD com o MEC e Secretaria da Educação para que sejam aprovados apenas cursos de design de interiores com mais de 800h/aula. E ainda, o livro "Brasil Porta Adentro", que conta a história do design de interiores e a mais importante regulamentação da profissão.

Cabe à ABD fazer a interlocução de conhecimentos e trazer novidades do segmento, como o Congresso Internacional de Design de Interiores (CONAD), que aconteceu em agosto de 2019, em São Paulo, e atingiu a marca histórica de mil profissionais em dois dias repletos de conteúdo.

A ABD também ajuda os designers de interiores criando bases e estruturas para que os profissionais se sintam seguros ao exercer sua profissão, por meio do plano de reforma, tabela de honorários, modelo de contrato e consultoria jurídica. Também busca parcerias consistentes para que os profissionais consigam usufruir dos mais diversos benefícios com o maior desconto possível. A Associação anda lado a lado com as instituições de ensino de todo o país na busca pela excelência da profissão.