Bons ventos para o mercado imobiliário em 2020

Confira as perspectivas e as tendências apontadas para este setor da economia.

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Depois de um 2019 em que o mercado imobiliário deu sinais de melhora, o panorama é bem otimista para o ano que se inicia, opina Patriolino Dias de Sousa, Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE). Segundo o profissional, em 2019, “algumas empresas lançaram produtos de altíssimo padrão e venderam superbem. Além disso, o setor também apostou nos imóveis supercompactos e obteve bons resultados”. Por isso, a expectativa é de otimismo para o ano atual.

Já Ticiana Rolim Queiroz, Diretora Comercial e de Marketing da C. Rolim Engenharia, pontua que 2019 não foi tão bom quanto o esperado, porque a expectativa era de uma guinada na economia, o que não aconteceu. “Com essa análise do mercado, tínhamos um lançamento previsto e decidimos não lançar porque o mercado não reagiu. Atualmente, me parece que ele começou a se movimentar, mas ainda precisamos esperar um pouco mais para ter uma garantia de uma retomada com força”, avalia a gestora.

Legenda: “Os consumidores devem aproveitar os preços dos imóveis que estão nos estoques das construtoras, os quais estão sendo vendidos com preços muito competitivos. Uma ótima oportunidade para quem quer comprar”, recomenda Patriolino Dia de Sousa, Presidente do Sinduscon-CE.
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Ainda assim, ela acredita em perspectivas otimistas para 2020, com algumas construtoras já apontando que, até o final do ano, devem acontecer alguns lançamentos. “Essa perspectiva tem relação com as taxas de juros, que estão mais baixas, as melhores dos últimos anos. Existem taxas em torno de 6% e 7%, a depender do seu perfil e do banco, claro, coisa que não se via há muito tempo. Além disso, a nova modalidade na qual o indexador é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), permite que, com inflação sob controle, a taxa fique bem competitiva, com índices anuais até menores”, argumenta Ticiana.

Na opinião de Daniel Simões, Diretor Comercial da J. Simões Engenharia, 2019 foi um ano extremamente positivo para o mercado imobiliário devido a fatores como a retomada do emprego no Brasil, os sinais de recuperação da conjuntura econômica e a queda da taxa Selic. “Então as pessoas estão buscando mais imóveis. A situação está favorável tanto para o comprador como, principalmente, para o investidor, que hoje vê os imóveis como uma boa moeda”, frisa.

Ele acredita que as taxas de juros continuarão muito baixas no Brasil. “O desemprego já caiu e a gente já tem uma conjuntura que permite as construtoras efetuarem novos lançamentos. Não são lançamentos em todos os lugares. O cliente mudou muito nesses últimos quatro anos. O cliente hoje quer um produto que tenha boa localização, preço, condições de pagamento e que tenha flexibilidade pra receber o seu imóvel. Então o próprio mercado teve que se readaptar a essa conjuntura”, comenta Daniel Simões.

Em alta
Para as tendências deste ano, os entrevistados são unânimes quanto aos supercompactos. “É um formato que já é realidade em São Paulo e chega a Fortaleza em uma perspectiva de menos espaço privado e mais espaço compartilhado. Algo que vai além do apartamento em si e atinge outros segmentos, nos quais se compartilha o carro, a roupa, o quarto de hotel, entre outras coisas, e tem relação com o estilo de vida das pessoas que estão procurando esse tipo de imóvel”, descreve Ticiana Rolim.

Legenda: Além dos supercompactos, ganham destaque os apartamentos de cerca de 200m2, com uma ou duas unidades por andar, muito bem localizados, com uma área de lazer completa e facilidade de pagamento, indica Ticiana Rolim, Diretora Comercial e de Marketing da C. Rolim Engenharia.
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“Os imóveis supercompactos são uma realidade. É um nicho de mercado diferente nas zonas mais povoadas de Fortaleza como Meireles, Aldeota e Guararapes. O imóvel supercompacto é aquele que possui até 45m² de área construída”, afirma Patriolino Dias.

“Falando pela J. Simões, nos últimos três anos, a gente tem apostado no desenvolvimento da marca J. Smart, que são de apartamentos supercompactos, que vão de 37 a 56m², para uma faixa da população – os solteiros, os separados, os idosos e, de forma geral, as pequenas famílias – para quem, antes, não existia oferta no mercado imobiliário”, declara Daniel Simões.

Além disso, indica Ticiana Rolim, ganham destaque os apartamentos de cerca de 200m², com uma ou duas unidades por andar, muito bem localizados, com uma área de lazer completa e facilidade de pagamento. “Empreendimentos com essas características foram sucesso de venda para a C. Rolim Engenharia, como é o caso do Sinfonia e do Estrelário”, continua a gestora.

Eficiência
Daniel Simões, Diretor Comercial da J. Simões Engenharia, ressalta que as famílias estão cada vez menores e não precisam de tanto espaço ineficiente nos condomínios. “Depois de cinco, 10 anos dos home clubes, a gente vê hoje que as áreas, às vezes, são muito ineficientes. As pessoas não usam 100% daquilo”, informa o profissional.

Legenda: “As pessoas estão buscando mais imóveis. A situação está favorável tanto para o comprador como, principalmente, para o investidor, que hoje vê os imóveis como uma boa moeda”, frisa Daniel Simões, Diretor Comercial da J. Simões Engenharia.
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“Acredito que os novos empreendimentos, principalmente de médio e alto padrão, vão apostar em espaços mais eficientes. É um bom salão de festas, é um bom espaço gourmet, se for piscina, uma piscina, não são várias. Não tem mais sauna, não tem mais espaço mulher, ou seja, são empreendimentos mais básicos com espaços até maiores para utilização, mas mais inteligentes. Acho que isso é uma tendência que está acontecendo no mercado”, arremata o gestor da J. Simões.

Dica
“Os consumidores devem aproveitar os preços dos imóveis que estão nos estoques das construtoras, os quais estão sendo vendidos com preços muito competitivos. Uma ótima oportunidade para quem quer comprar”, salienta o Presidente do Sinduscon-CE. Até porque, os apartamentos a serem lançados de 2020 para frente, “infelizmente, até por questão de recomposição de custo, vão ser entre 25 a 30% mais caros que os apartamentos prontos de hoje”, argumenta Daniel Simões.