Arquitetura com glamour

Confira alguns destaques da 21ª edição da CasaCor Ceará.

Legenda: Na Sala de Visitas, assinada por Brenda Rolim, escultura a partir de potes de água ressignifica os potes outrora usados como geladeira nas casas do interior do Ceará. Todo o mobiliário é feito por designers nordestinos.
Foto: Esdras Guimarães/ Divulgação

Na última quinta-feira, 12 de setembro, começou a 21ª edição da CasaCor Ceará, mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo que transformou, pela terceira vez, o imóvel de 1969 localizado na Rua Visconde de Mauá, 950, no bairro Aldeota, em Fortaleza. Confira alguns destaques da mostra, que segue aberta à visitação até 22 de outubro, de terça a domingo, incluindo feriados.

Um luxo chamado Nordeste
Com o tema Planeta Casa, a 21ª edição da CasaCor Ceará se baseia na tendência de cada casa se tornar o universo particular do indivíduo. “Com esse tema, entendemos que a nossa casa é onde iniciamos nossa relação com o mundo e de onde devemos começar nossa busca por uma relação harmônica com o planeta. Nesse ano, estamos com diversas ações que mostram na prática nosso cuidado com o planeta”, explica Neuma Figueiredo, Diretora da CasaCor Ceará.

Legenda: Assinado por Sergei de Castro, o ambiente Memórias permite que os visitantes registrem suas próprias lembranças na CasaCor.
Foto: Esdras Guimarães/ Divulgação

Com essa temática, o evento chega pela terceira vez ao imóvel do grupo J.Macêdo, que celebra 80 anos de história na indústria brasileira. Neste ano, 67 profissionais são responsáveis pelos 39 ambientes que compõem a mostra. Desses, 38 estão no terreno da Visconde de Mauá e o 39º se localiza na sede do Hard Rock Café, no Shopping RioMar Fortaleza, sendo a primeira vez que a CasaCor tem um ambiente externo.

Destaques
Um dos pontos altos da mostra é que os profissionais do evento estão aplicando ao máximo os conceitos de sustentabilidade, como a reutilização e a ressignificação de materiais e objetos e o aproveitamento de produtores locais. Exemplos disso estão por toda a Casa, como na Sala de visitas, por Brenda Rolim, ambiente que propõe um diálogo sobre o jeito de morar do cearense – que é um jeito de morar acolhedor, iluminado, descomplicado e feito pra receber, nas palavras da arquiteta Brenda Rolim. Um dos itens que chama atenção é uma escultura feita com potes de barros, “que é a geladeira do sertão e está ressignificada como objeto decorativo, já que hoje não é mais um objeto funcional, mas resiste como uma memória afetiva”, descreve a profissional.

Nesse espaço, as capas dos sofás são de tecido de rede que veio de uma fábrica de Jaguaruana, e todo o mobiliário é assinado por designers do Nordeste. “Então é tudo coisa da gente, mas não é aquele Nordeste caricato, é o Nordeste moderno, que se reinventa, das novas gerações abraçadas pelas antigas. Então, a ideia foi trazer essa conversa e fazer com que as pessoas percebam o luxo que é ser genuíno, uma ressignificação do que é luxo. O luxo não é mais o intocado, o importado. É tudo nosso e mesmo assim fica bem sofisticado”, defende a arquiteta. Outro exemplo é o espaço Raízes, de Adelina Feitosa e Manuela Cidrão, que tem a proposta de resgatar e ressignificar nossa raiz, homenageando o Ceará, sobretudo por meio do artesanato. Os profissionais fizeram uma parceria com a Associação de Artesãos de Aracati: as almofadas são de lá, a coberta do espaço também, feita por 60 artesãs da Comunidade de Cabreiro a partir de palha de carnaúba. Esse material também dá vida ao tampo da mesa e está presente em outras área da CasaCorCeará.

Legenda: Espaço Raízes, por Adelina Feitosa e Manuela Cidrão, destaca o artesanato cearense.
Foto: Esdras Guimarães/ Divulgação

Ainda no Raízes, há algumas peças do designer Marcelo Vilhena, que reutiliza troncos e raízes que seriam desperdiçados, dando-lhes novos usos, a exemplo do banco, da mesa e do trono, assinados por ele. Com o enchimento das almofadas acontece o mesmo. Elas são preenchidas por retalhos, sobras de tecidos que seriam igualmente desperdiçadas.

Diversidade
Além do grupo J.Macêdo, a Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) são algumas das instituições que marcam presença na 21ª CasaCor Ceará. A Setfor leva ao evento o projeto Pôr do Sol de Fortaleza, em que o pianista Felipe Adjafre e convidados brindam os visitantes com show de 17h às 18h30 em todos os sábados da mostra. Já o Sebrae enfatizou o artesanato com bordados e rendas, no Espaço Brasil Original, assinado pela arquiteta Karine Maia. “Criamos um percurso em labirinto, gerando curiosidade ao público, resgatando a memória e valorizando nosso artesanato cearense”, detalha a profissional.


Novidade
Pela primeira vez, a CasaCor Ceará abriga uma máquina de compostagem. O aparelho ficará funcionando durante o período do evento e vai utilizar todo o lixo orgânico do restaurante, do café e do bar. Esse material será transformado em adubo e será aplicado nos jardins e nas mudas que estarão à disposição dos visitantes.

Legenda: Suíte dos Filhos Gêmeos, por Anellise Bluhm, Carol Timbó e Mirna Albuquerque, traz espaço para pais e filhos conviverem e brincarem no mesmo ambiente, com tudo acessível aos pequenos.
Foto: Esdras Guimarães/ Divulgação

Imóvel
Com 10.000 m², o imóvel de 1969 foi projetado pelo arquiteto carioca Acácio Gil Borsoi e conta com um jardim assinado por Roberto Burle Marx, contemplando um conjunto de plantas e lagos concebidos por um dos maiores paisagistas do século XX.

21ª Casa Cor Ceará
Período:
12 de setembro até 22 de outubro de 2019
Special sale (produtos da mostra à venda): 21 e 22 de outubro de 2019
Local: Rua Visconde de Mauá, 950, Aldeota - Fortaleza
Terça a sábado: 17h às 22h
Domingo e feriados: 16h às 21h
Ingresso: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Passaporte para visitação todos os dias: R$ 150
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/ceara
(85) 3261.3533 / 3261.2615