A FAO e seus novos desafios

Ao considerar este 2021 como “Ano Internacional das Frutas e Vegetais”, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, cuja sigla FAO é uma das mais admiradas e respeitadas no mundo, adota uma iniciativa sábia e oportuna. Está cientificamente provado que a ingestão diária de hortifrútis contribui para a boa saúde humana.

Infelizmente, porém, por diferentes motivos, alguns graves como a pobreza de grande parte das nações, principalmente as africanas, o consumo de frutas e verduras está muito abaixo do mínimo recomendado pelos cientistas da FAO. Esse mínimo são 400 gramas por dia, o que, infelizmente, não é alcançado nas regiões subsaarianas. 

O esforço que a FAO está a fazer neste ano para incrementar a produção e o consumo de hortifrútis pelas populações do mundo tem várias motivações, incluindo as ligadas ao desenvolvimento econômico e ambiental do planeta. 
Na mesma linha do que decidiu essa respeitada instituição, integrante do organograma da ONU, vários países já executam projetos que caminham em igual direção. O Brasil é um deles. 

Transformado, nos últimos 20 anos, numa das três maiores potências mundiais da agropecuária, o Brasil também trata, agora com mais atenção e cuidado, de sua hortifruticultura, que já produz para os mercados interno e externo, sendo um dos líderes das exportações de laranja, maçã e melão, avançando, ainda, em mamão, uva e banana. 

As exportações brasileiras de frutas estão ultrapassando a marca anual de US$ 1 bilhão, com viés de alta. Esse progresso tem sido possível pela apropriação de novas tecnologias, não só as que permitem produzir mais com menos água, mas as que proporcionam a evolução biogenética. 

Na Serra da Ibiapaba, aqui no Ceará, por exemplo, pimentões coloridos e tomates — graças a essas revolucionárias melhorias genéticas — têm padrões uniformes de tamanho, cor e sabor, além da qualidade, também melhorada como produto desse investimento, que — é preciso deixar claro – são feitos com recursos próprios das empresas agrícolas. 
O Brasil preserva mais de 60% do seu território, utilizando menos de 10% de suas terras para a produção agropastoril, sendo isto possível exatamente pela utilização das melhores tecnologias e pelo manejo correto do solo.

Fato esse que também vem beneficiando os pequenos produtores nacionais, incluindo os da agricultura familiar, para os quais, porém, falta melhor assistência técnica, de responsabilidade dos governos estaduais. De acordo com a FAO, a melhoria da qualidade de vida e da saúde das populações mais pobres passa pela sua melhor nutrição, e esta depende do maior consumo de hortifrútis. 

Por todo este “Ano Internacional das Frutas e Vegetais”, a FAO trabalhará para levar a melhor informação para conscientizar os países mais pobres e seus governos a emprestarem prioridade à alimentação das pessoas, estando a produção e a distribuição de frutas e hortaliças nas suas prioridades.


O mundo segue ameaçado pelas consequências de ações antrópicas. Já está mais do que provado que a atividade econômica do homem tem de, primeiro, respeitar a natureza, que se revolta, imediatamente, quando é agredida.