O épico

Confira a coluna desta quinta-feira (10) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: Marinho marcou o gol da classificação do Fortaleza contra o Libertad-PAR na Sul-Americana
Foto: Mateus Lotif / Fortaleza

O Fortaleza caminhava para mais uma derrota. Agora, diante do Libertad do Paraguai.

Vojvoda saca um zagueiro e acrescenta mais um atacante na linha de frente.

Marinho, um dos culpados, segundo parte da torcida, pelos resultados negativos que o time acumula, foi escolhido para o esforço de romper a marcação adversária.

Sim, o futebol precisa de culpados. Geralmente, é o treinador, mas um jogador, também, conta.

Ao meter uma bola na trave do Libertad, com o pé direito, Marinho mandou "botar mais água no feijão", porque ele estava chegando.

Quando o placar de 1 a 0 nos levava para abomináveis cobranças de penalidades, surge uma falta na entrada da grande área do Libertad.

Já se avançava além do tempo regulamentar. Exatos 46 minutos de partida

Tudo que Marinho aguardava dentro do jogo. Deve ter pensado: "Eu sou o que faço".

Meter a bola com efeito nos passes e no gol adversário foi o que Marinho sempre fez muito bem.

Naquele momento, mais uma vez, a bola quis ser dele.

Cobrança perfeita, com a bola passando pela barreira e entrando no ângulo direito do goleiro.

"Um acorde perfeito maior", como diz a canção. O encontro do artífice com o seu oficio. O Mestre Noza do Juazeiro, dando acabamento final à sua obra. O épico percebido.

Foi "no cordão", como dizia o narrador Ivan Bezerra.

Quem não gosta de futebol não sabe o que está perdendo.

É ele quem leva a alegria para milhões de seres humanos espalhados pelo Mundo.