O abominável monstro da altitude

Confira coluna do comentarista Wilton Bezerra desta terça-feira (20)

Legenda: O lendário estádio Hernando Siles é o principal da Bolívia, sendo também a casa da seleção local
Foto: psyberartist

Houve um tempo em que nossos clubes e seleções deitavam e rolavam em cima dos vizinhos da América do Sul, excetuando-se Argentina e Uruguai.

Eram passeios e goleadas que massageavam o nosso ego, mesmo com o reconhecimento do baixo nível dos adversários.

Só que as coisas mudaram e “só não foi atrás do trio elétrico” quem se deu por morto, antes do combinado.

Todos passaram a “manjar” o jogo e países como a Colômbia passaram a jogar um futebol de dançarinos, sem perder a capacidade de competir.

Como sabe a distinta mídia internacional (muita presunção), o futebol cearense está, mais uma vez, envolvido numa competição fora do seu terreiro – a Sul-Americana.

Depois de crivados de críticas os integrantes do grupo do Ceará, o nosso representante no certame, o único adversário respeitável do Alvinegro passou a ser a altitude de La Paz e Cochabamba, na Bolivia.

De fato, esse terrível monstro não faz medo somente às criancinhas. Assusta os adultos, também, principalmente os que sofrem de asma.

Como no terreno da gozação o fato está ganhando espaço, vale lembrar uma frase do lendário Neném Prancha, treinador de times de praia no Rio de Janeiro, quando o Brasil se preparava para a Copa do Mundo de 70, no México: “Jogador brasileiro não vai ter problema no México, não. Tudo já morou em favela e não pode se queixar de altitude”.

É, mas deixando de lado a gozação, nós estivemos na Copa de 86 no país dos sombreros e atestamos que a altitude é problema sério.

Como diz o “beiradeiro”: “Tem hora que falta “fôrgo”.