Em entrevista antes de viajar para o Rio de Janeiro, o goleiro Felipe Alves afirmou que o Fortaleza teria que “saber sofrer” contra o Flamengo. Só não adiantou que esse ritual de sacrifício contaria com as “gentilezas” distribuídas para o rubro-negro carioca.
Ele próprio “homenageou” o atacante Pedro, duas vezes, nas suas saídas para jogar com os pés, como faz costumeiramente. Logo depois, foi a vez de Felipe, volante, entregar a bola para que Bruno Henrique abrisse a contagem para o Flamengo.
E, nesse roteiro desfavorável, procurou, num esforço enorme, adiantar suas linhas e tomou um contra-ataque, que Michael finalizou em cima de Felipe Alves.
Como defesa nenhuma deve correr em direção ao seu próprio campo (ainda mais de costas), sem atacar o adversário na marcação, Benevenuto incorreu neste erro e abriu caminho para Bruno Henrique marcar o segundo.
Com dois chutes para o gol do Flamengo (Vargas e Pikachu), quando o Leão conseguia chegar no ataque, a bola queimava na chuteira dos atacantes e voltava.
Com intensidade no jogo ofensivo e sufocante pressão na saída de bola do Fortaleza, o Flamengo prenunciou uma demolição do adversário.
Fechadas as cortinas do primeiro ato, partiu-se para uma etapa número dois, totalmente diferente, por uma reação do tricolor cearense, ancorada num gol relâmpago de David.
A última bola dada por Éderson, ao receber de Pikachu, foi um primor.
Aí, inaugurou-se, também, a fase de expiação de culpa.
Felipe Alves e Benevenuto impediram, em grandes intervenções, que o Flamengo chegasse ao terceiro gol.
As mais acertadas modificações do Vojvoda se deram com as entradas de Romarinho e Ronald, principalmente, do último.
Claro que o time do Rogério Ceni foi melhor no jogo todo, teve as maiores chances de marcar e mereceu vencer, mas a atuação mais equilibrada do Fortaleza, no segundo tempo, acelerou o a boa disputa que se viu.
Nos minutos finais, Crispim, aproveitando um erro de Arão, e Robson, errando cabeçada debaixo do gol de Diego, deixaram de modificar o placar para o tricolor.
Consagrar o “saber sofrer” não é uma noticia para o futebol.