Ao falar ou escrever, a coisa mais fácil do mundo é seduzir as pessoas com observações que antecipem desejos. Valorizar demais, em reduzido tempo, o que tem pouco valor.
O Fortaleza estava numa draga espiritual tremenda, extensão da má campanha do ano passado e das trocas de treinadores.
Contratou o argentino Juan Pablo Vojvoda, enfilerou goleadas em fracos times no certame cearense, ganhou uma do Ceará, empatou a outra e levou o tri para o Tricolor.
Disse Maquiavel que é comum ao homem aceitar, de bom grado, um novo chefe, por entender que tudo deve melhorar.
Foi o ocorrido, sem que Vojvoda tivesse tempo para implantar suas ideias ofensivas e inovadoras.
Contra o Ceará, o Fortaleza anulou o adversário, com marcação normal, e se anulou, também, passando longe de uma esquematização fora do comum.
Nada de intensidade, palavra que não sai da boca de dirigentes, cronistas, técnicos e jogadores.
O Ceará manteve o treinador (no que fez certo), contratou jogadores, disse em voz alta que desejava a hegemonia do Nordeste e só tem perdido nas decisões em que tomou parte.
O time armado em cima de um cenário de maiores dificuldades, no ano passado, arrebatou a Copa do Nordeste, fez uma bela figura no campeonato brasileiro e produzia mais que a formação de hoje.
Claro, nesta temporada, tem a Sul Americana para reforçar as alegações de um calendário puxado. Mas, é bom lembrar que o Alvinegro colocou formações mistas, em vários jogos.
É de bom tom acreditar que nossos representantes podem evoluir, depois das mudanças a que se submeteram.
O que é desaconselhável: antecipar desejos, cobrindo treinador e jogadores de elogios fartos por qualidades, ainda, pouco notadas, dentro das expectativas formadas
Estamos chegando ao meio da temporada e o campeonato brasileiro é a mais importante sacada pela frente.