Reportagem da jornalista Letícia Lima, para o Diário do Nordeste, aponta que sete prefeituras ainda podem mudar os seus gestores a qualquer momento. O número já foi maior e vem reduzindo aos poucos, de forma lenta e prejudicial. No meio da disputa jurídica para saber quem vai e quem fica na prefeitura, os prejuízos à população seguem incalculáveis.
O rompimento corriqueiro da política entre prefeitos(as) e vices segue dando o tom da pequenez administrativa. Enquanto a justiça eleitoral afasta um gestor, o vice assume as rédeas e troca secretários, implementa projetos à revelia do interesse público.
Quando o gestor retoma o posto, por mais uma decisão judicial, tudo volta ao que era antes, ou muda pelo simples fato de mudar. É nessa picuinha política que há o desperdício de dinheiro público, a descontinuidade de projetos essenciais e a população é a única prejudicada.
É um misto de lentidão judicial, mas também do costume com o que não é correto. Na maioria das vezes, as ações na justiça são motivadas por abuso de poder político e econômico. Em muitos casos, com a consonância de parte da própria população acostumada a se dar bem a todo custo.
A compra do voto é prática mais comum. Método antigo, mas que segue atual, se modernizando com o tempo.
As consequências dessas pendências passam pela obra da escola que não foi concluída, de um poço que não foi instalado, de uma rua que não foi asfaltada, de um emprego que não foi gerado, entre outros prejuízos.
Mas a culpa não é só da população, não. É preciso que os julgamentos sejam cada vez mais céleres porque perde também o sistema da justiça eleitoral, que gasta ainda mais recursos públicos para uma eleição suplementar.
A instabilidade política gera, sobretudo, um cenário instável e excludente que precisa ser encarado de uma outra forma.