A reunião de emergência do PT Ceará para deliberar sobre os ataques de Ciro Gomes a membros do partido se transformou em uma tímida nota de repúdio.
Esperava-se uma posição mais dura depois das graves declarações do pedetista ao PT, mas não o rompimento. A nota que reafirma o acordo político foi aprovada por unanimidade pela Executiva Estadual.
O que fica mais evidente, a partir de hoje, é a postura cada vez mais coadjuvante do PT no debate de sucessão estadual.
O partido já havia perdido o Governo do Estado com a saída de Camilo Santana (embora muito mais cirista do que petista), e agora pode perder força para fazer exigências, como a escolha de Izolda Cela como candidata e a indicação da vice – pleitos do partido.
A estranha aliança, tomada de desgastes alimentados por Ciro, deve seguir para a disputa estadual apesar da esquisita divisão de palanque presidencial. Cenário único no País.
O acordo indigesto, no entanto, é bom para o PT e para o PDT que precisarão um do outro para enfrentar uma eleição dura contra Capitão Wagner (União Brasil). Os defensores da manutenção do acordo, inclusive, citam o fato.
Quem dá as cartas no PDT, porém, é Ciro. O PT sabe disso e decidiu aceitar o rito.