"É inconciliável o PT abrir mão de candidatura para entregar a cabeça de chapa para o seu oponente. Isso é inusitado, e acho muito difícil essa concilição de unir palanque em projetos distintos", pontuou o parlamentar.
Candidato derrotado ao governo estadual em 2002, no segundo turno contra o então tucano Lúcio Alcântara, José Airton ainda admite apoiar a aliança entre os dois partidos, desde que o PT não abra mão do protagonismo.
A aliança pode ser mantida aqui desde que o PT seja o protagonista, ou seja, o PT encabeçando a chapa porque a nossa centralidade é a eleição presidencial do Lula, e, como o Ciro é candidato, a minha compreensão é que não é possível
Debate
O Partido dos Trabalhadores inicia no próximo dia 29 uma série de debates internos para tomar as decisões para as eleições que se aproximam.
A expectativa de José Airton é que a instância nacional dê a palavra final sobre o palanque petista no Ceará ao fim dos debates. Atualmente, o deputado federal José Guimarães e o governador Camilo Santana têm a maioria das correntes petistas para manter a aliança com o PDT, apesar de encontrar resistências na Capital.
Idealista da candidatura própria do partido, a deputada federal Luizianne Lins disse à coluna que continua defendendo um palanque "forte e leal" no Ceará para garantir a eleição do ex-presidente.
O entendimento, no entanto, é que qualquer que seja a decisão partidária os filiados acatarão. "A posição que o partido tomar nós vamos acatar porque entendemos que o PT debate, discute, diverge, mas a decisão partidária é democrática e tem que ser acatada por todos os filiados", conclui o deputado José Airton.