A decisão de realizar as finais da Sul-Americana e da Libertadores em jogo único, ou seja, em campo neutro é péssima. A Conmebol quis 'copiar' a Uefa e dar um ar exclusivo para sua finalíssima, mas a verdade é que o fracasso é evidente, principalmente se tratando de Copa Sul-Americana. Mudar a decisão de 2023 do Centenário, que caberia 60 mil pessoas para um estádio modesto de apenas 22 mil é a prova que nem a entidade acredita em grandes públicos com o formato.
Definir o estádio do modesto Deportivo Maldonado, o Domingo Burgueño, que tem capacidade para pouco mais de 25 mil torcedores é atestado de incompetência e medo de que os cenários dos anos anteriores se repetissem, com públicos baixos.
Nem a presença de clubes com grande torcida como Corinthians, Fortaleza e LDU é suficiente para que a entidade tenha coragem de marcar o jogo final para um estádio com grande capacidade. Mas porque?
Porque se deslocar pela América do Sul não é simples. Muito pelo contrário. É muito caro e isso foi visto nos públicos dos anos anteriores.
Finais esvaziadas
Em 2021, mesmo Montevidéu, a torcida do Athletico Paranaense não conseguiu comparecer em grande número ao Centenário, que ficou grande demais para uma final contra o Bragantino, um clube com torcida pequena. Apenas 20 mil pessoas estiveram no Centenário, com 40 mil lugares vazios.
No ano seguinte, em Córdoba, nem um clube de massa, com torcida gigante quanto a do São Paulo foi suficiente para lotar o Estádio Mario Kempes - com capacidade para 57 mil - contra o Del Valle - outro clube com torcida pequena - com o público sendo de apenas 24 mil pessoas.
A exceção foi a final de 2019, entre Colón e Del Valle, em Assunção, no La Olla, estádio do Cerro Porteño, quando a torcida do time argentino invadiu a cidade, mas a proximidade de Santa Fé ajudou a ocupar 40 mil lugares de um estádio que comporta 45 mil.
Percalços visíveis
E em 2023? Certamente as torcidas de Corinthians, Fortaleza, LDU ou Defensa Y Justicia não terão facilidade para chegar em Punta Del Este.
Para a torcida tricolor, são 4.865,20 km de distância e de um preço salgado. Por mais que a torcida leonina seja fanática e queira presenciar um momento histórico caso o Fortaleza esteja na decisão, mobilizar tanta gente esbarra em muitos fatores.
Os problemas logísticos da América do Sul, com desafios geográficos por distâncias enormes, financeiros e estruturais são impeditivos e a Conmebol faz vista grossa para isso. Então, como ela minimiza? Levando a final da Sul-Americana para um estádio praticamente do tamanho do Presidente Vargas. E com certeza o PVzinho, tem uma estrutura bem melhor.
Enfim, o modelo é falho, as edições anteriores já mostraram isso e minha torcida é que em 2024 a entidade devolva a alma sul-americana para suas competições e volte com finais em dois jogos.