Não está nada fácil o início de Série B para o Ceará. São 3 rodadas e nenhuma vitória. O empate em 2 a 2 com o CRB pela 3ª rodada é frustrante por ser em casa, no PV, mas foi lucro pelo que o time jogou. O Vovô até foi melhor ao sair na frente com Barceló aos 30 do 1º tempo, mas depois o time ruiu com o empate no fim do 1º tempo e logo no início da 2º etapa.
O time se perdeu completamente após a virada e cometeu erros básicos defensivos nas investidas do CRB. Ao empatar, aos 31 do 2º tempo, mais na base da raça do que outra coisa, correu mais riscos de perder do que esteve perto da vitória.
O CRB teve chances claras de marcar o terceiro, perdendo pelo menos 4 oportunidades claras em contra-ataques. Assim, o empate foi lucro para o Ceará, que mais uma vez jogou no limite, em um elenco que carece de peças.
Com um elenco limitado e com desfalques importantes de Erick Pulga, Saulo e Aylon, o técnico Vágner Mancini precisou recorrer a jovens da base e os utilizou.
Na formação inicial, ele lançou o atacante João Victor, que estreou na temporada. O técnico visava dar mais velocidade a equipe. O menino tem personalidade e deu velocidade ao time no 1º tempo, criando algumas jogadas de perigo. Mas depois cansou. Faltou ritmo de jogo a ele.
Lourenço como volante - no lugar de Mugni - deu mais dinâmica, mas a equipe perdeu na criação sem ele. Levemente melhor no 1º tempo, o Vovô abriu o placar em lance que Recalde ajeitou para Barceló soltar a bomba e fazer 1 a 0. Foi uma das raras jogadas trabalhadas do Vozão no jogo. Barceló merece mais chances por ser centroavante e na Série B, um jogador assim pode ajudar, mesmo com limites técnicos.
E quando o 1º tempo parecia que ia terminar com vitória parcial do Vovô, uma falha de marcação nas costas de Matheus Bahia permitiu o gol de empate de Hereda, aos 45.
Aí o Ceará ruiu. O time voltou para o 2º tempo nervoso, e o CRB, mais organizado, cresceu e virou a partida, de cabeça, com Romulo, logo aos 5 minutos.
Gegê, Anselmo Ramon e Labandeira ganhavam todos os duelos e os contra-ataques do CRB era todos perigosos, com a defesa do Vovô não conseguindo marcá-los. Sorte do Vovô que as finalizações ou fora para fora, ou Richard defendeu.
Mancini tentou mudar o Ceará com as entradas de Mugni, Kaike e Caio Rafael, estes dois últimos também garotos da base.
E no 'abafa' sem organização, O Ceará empatou em cabeçada de Ramon Menezes, mas vale mencionar que Caio Rafael atrapalhou o goleiro ao tentar desviar,aos 31 minutos.
O 2 a 2 era um alento para o Ceará, mas ficou claro o limite para buscar o resultado. De Lucca e Castilho entraram, mas o time não teve força para buscar a virada. Castilho até finalizou com perigo perto do fim do jogo, mas mandou pra fora. Foi a única chance. E lá atrás, o time deu muito espaço defensivos: Labandeira, Gegê e João Neto perderam chances incríveis da virada do CRB, que foi sempre mais organizado que o Vovô.
Assim, em 3 jogos, apenas 2 pontos e a 14ª colocação é bem abaixo do que o Ceará pode apresentar na Série B. Claro que os desfalques de Erick Pulga e Saulo pesam, mas a intranquilidade para jogar é nítida.
Há uma ansiedade natural para que o time esteja no G4 da Série B, mas o ausência de vitórias - são 7 de jejum na temporada - é um complicador. Mancini tem tentado de tudo, buscado opções no elenco e modificando a cada jogo. Não está fácil um ajuste tático.
É esperar que Pulga volte - ele já está na transição - para a equipe melhorar ofensivamente e avaliar o mercado até julho quando a janela abrir. O clube precisará se reforçar e bem, principalmente na frente, se quiser lutar pelo acesso. Por enquanto, é ir com o que tem e tentar não ficar tão longe do G4.