Análise: Ceará mostrou limitações técnicas claras em derrota para o Bahia

Vovô fez a estratégia que lhe cabia pela diferença técnica, mas ainda assim não conseguiu segurar o Bahia

Legenda: O Ceará não conseguiu segurar o Bahia no Castelão e perdeu de virada
Foto: KID JUNIOR / SVM

A missão do Ceará contra o Bahia na noite desta quarta-feira no Castelão era complicada. A equipe chegou pressionada para um dos maiores clássicos do Nordeste após os tropeços inadimissiveis contra Altos (1x1) e ABC (2x2), ambos em casa.

A situação em que o clube se colocou na tabela o forçou a vencer um time muito mais forte, com melhores jogadores tecnicamente. O time lutou, jogou melhor que nos dois jogos citados, mas não conseguiu evitar a derrota.

A torcida vaiou o time, mais pelo 'acumulado' de anos anteriores, e menos pela atuação. O Ceará jogou como tinha que jogar: marcando forte no meio para retomar a bola e sair rápido nos contra-ataques.

Só deu certo no início

A estratégia deu certo de inicio, com o time abrindo o placar com belo gol de Erick Pulga - sempre ele, que marcou um golaço - mas era natural que o time alvinegro recuasse ao abrir o placar.

E recuando, o Bahia passou a dominar o jogo. Com mais posse de bola, o time de Ceni era mais técnico e as jogadas saíam de forma mais natural, chegando a envolver o time do Ceará em certos momentos.

Não era tarefa fácil marcar jogadores como Everton Ribeiro, Jean Lucas e Cauly. Eles dominaram o meio-campo e distribuiram passes para os sempre perigosos Thaciano e Everaldo. 

O empate no fim do 1º tempo com Everaldo foi justo pelo que o Bahia conseguiu impor de jogo ao Ceará.

Erros demais

A etapa final foi mais amarrada, com o Ceará até criando chances de voltar a ficar na frente, mas ficou clara a limitação técnica dos jogadores, em erros de execução.

Facundo Castro perdeu gol feito após passe de Pulga que poderia ter mudado a cara do jogo.

Legenda: Facundo Castro perdeu gol feito em claro erro técnico do time do Ceará
Foto: KID JUNIOR / SVM

Erros de passes em lances capitais, de contra-ataques promissores também foram inúmeros.

Enquanto o Bahia, conseguiu com mais naturalidade criar suas jogadas. O banco do time - de Série A - é muito mais qualificado e as entradas de Juba e Biel mantiveram o nível até que o time virou aos 38 com Thaciano.

O Ceará - mesmo perdendo em qualidade com as mudanças - ainda teve uma grande chance em cabeçada de Castilho que Marcos Felipe tirou praticamente em cima da linha.

A derrota é sempre ruim, mas no Vovô não se complicou contra o Bahia, e sim ante o Altos e o ABC no Castelão. O jogo de hoje era um clássico, contra um time de Série A e claramente superior.

Mancini vai precisar resolver a questão anímica do grupo, que vem muito pressionado pela torcida.

A formação foi praticamente a base de anteriores e claramente mudanças precisam acontecer. As voltas de Mugni e Lourenço são boas notícias - ambos entraram no 2º tempo - mas Mancini precisa testar o time ser Recalde e Facundo Castro. Eles já tiveram muitas chances e claramente não estão bem.

Momento delicado

Com a derrota, o Ceará chegou ao 4 jogo sem vencer na Copa do Nordeste e 5º na temporada. Ou seja, a invencibilidade já virou jejum. O time tem 3 jogos - Fortaleza, Treze (fora) e Itabaiana (casa), para buscar uma classificação já difícil. O Ceará é o 7º com apenas 6 pontos, enquanto o 4º colocado, o CRB, tem 8.

O time precisa reagir, a começar no Estadual, pela 1º semifinal do Campeonato Cearense, contra o Ferroviário.