Análise: Ceará arranca vitória na raça e cola no G4 em jogo de lições para Mancini

Vozão venceu a Chapecoense por 2 a 1 e colou no G4 da Série B

Legenda: O Ceará saiu atrás no placar, mas empatou com Facundo Barceló.
Foto: Ismael Soares / SVM

O Ceará venceu a Chapecoense na raça, com gol de pênalti nos acréscimos. O time não fez uma grande partida no Castelão, mas o importante era vencer em casa na Série B e colar no G4. Já são 5 jogos de invencibilidade na Série B, com 3 vitórias e 2 empates, com a equipe chegando aos 12 pontos, em 5º, a mesma pontuação do Sport, 4º colocado.

Estar próximo do G4 é muito importante para a confiança de um elenco que luta pelo acesso. Motiva o elenco, a torcida, e isso pode ser determinante para a caminhada e a conquista do objetivo.

E trabalhar com vitória dá tranquilidade para que ajustes sejam feitos e Mancini deve avaliar isso após a partida. O elenco do Ceará é limitado em quantidade e qualidade, até para uma Série B, mas o treinador já tem uma amostra de jogos em casa e fora para escolher melhor as estratégias.

Ajustes

Algo que Mancini deve avaliar é o esquema de jogo em casa. Atuar com 3 zagueiros, dois alas abertos e deixar meio campo e ataque com número menor de jogadores não tem dado certo. Não deu contra o CRB pela Copa do Brasil no meio de semana e não funcionou outra vez. O Ceará perdeu o meio campo, com De Lucca, Lourenço e Aylon não conseguindo jogar. E os laterais hoje eram reservas, com PV e Rafael Ramos sendo mais limitados ofensivamente que os titulares Rai Ramos e Matheus Bahia, ambos fora do jogo. 

Após o gol sofrido aos 18 minutos, Jean Irmer deixou a zaga e foi pro meio, mas ainda assim faltava um jogador mais cerebral para criar jogadas. O Ceará não tem este meia central no elenco para criar com bola no chão. Tanto é que o gol do empate de Barceló saiu na jogada aérea..

Legenda: O Ceará virou o jogo na raça contra a Chapecoense no Castelão
Foto: Ismael Soares/ SVM

Isso foi visto ainda mais na etapa final, com a equipe pressionando com cruzamentos vindos das laterais e buscando o cabeceio de Barceló. Apesar do domínio e praticamente toda posse da bola, o jogo pelo chão só era feito por volantes, e as jogadas de ataque por laterais, pelo alto.

O time melhorou com as mudanças e ida para o o 4-3-3, com Pulga de um lado e Saulo do outro. Castilho e Mugni também entram bem no meio. Para compensar a falta de um meia construtor, o Ceará precisa jogar em casa com dois pontas abertos.

A jogada do gol da vitória foi assim, com Pulga arrancando e sofrendo a penalidade, com Saulo convertendo e garantindo a vitória.

E agora Mancini?

Se fora de casa o 3-5-2 funcionou bem contra Novorizontino (3x0) e Operário (0x0), em casa não deu certo. Com um Ceará precisando propor mais o jogo e criar, o 4-3-3 parece mais propício. Com equipes fechadas com a Chape veio, não dá pra abrir mão de dois pontas abertos. Os laterais como alas não conseguem fazer a função por limitações ofensivas.

Certamente Mancini pode jogar no 3-5-2 fora de casa, para ser mais seguro e fechado, e em casa para propor o jogo, escalar o time no 4-3-3.