O Clássico-Rei foi um jogaço. O 3x3 deste sábado (17) pela 5ª rodada da 1ª Fase do Campeonato Cearense entregou muita emoção para as duas torcidas, altenância no placar, mas também muitas lições para ambos os times na sequência da temporada.
A postura do Ceará no 1º tempo foi dominante, com a equipe bem postada em campo e com uma proposta bem executada. Os pontos altos do 1º tempo foi a consistência no meio com Richardson e Guilherme Castilho, que não começaram como titulares na temporada e foram muito bem. Erick Pulga e Aylon também fizeram um bom 1º tempo e complicaram o sistema defensivo do Fortaleza.
Castilho marcou bem e ainda chegou na frente com duas assistências para gol, enquando Pulga foi sempre perigoso e foi determinante para o pênalti que decretou o empate.
No sistema defensivo, a dupla de zaga Matheus Felipe e David Ricardo foi bem, enquando Matheus Bahia foi consistente na lateral-esquerda. A postura do Ceará foi determinante para abrir 2 a 0, com uma estratégia muito bem executada.
Ao estar perdendo por 2 a 0, o Fortaleza precisou arriscar no 2º tempo e as mudanças de Vojvoda foram determinantes para a virada. Kauan reforçou o meio e Machuca fez um 'estardalhaço' pela ponta. O argentino terminou a temporada em baixa, mas vem melhorando de rendimento e pode ser mais útil em 2024.
O Leão soube empurrar o Ceará para o campo de defesa e apresentar um volume de jogo dominante, virando o jogo com toda justiça. Kauan marcou um golaço de fora da área e Machuca virou em chute que desviou na defesa alvinegra.
Vojvoda mostrou que tem mais peças quando faz suas trocas e o Leão cresceu a partir do 1º gol marcado por Tinga.
O Ceará deu campo demais para o Fortaleza no 2º tempo. A equipe recuou para sair nos contra-ataques, mas não conseguia ficar com a bola. Após as duas expulsões no 1º tempo, o Ceará perdeu seu melhor zagueiro - Matheus Felipe - e precisou colocar em campo o irregular Lucas Ribeiro.
Além disso, com 10 jogadores, o Ceará perdeu seu encaixe e naturalmente, deu mais campo para o Fortaleza virar o jogo. Faltou também controle emocional e parte fisica para o Ceará segurar o ímpeto do Fortaleza.
A primeira etapa do Fortaleza foi para esquecer. A equipe não teve a intensidade necessária e falhou demais defensivamente nas investidas do Ceará.
No 1º tempo, Brítez e Titi falharam demais na defesa, assim como Escobar e Zé Welison. E na frente, Moisés foi apagado, assim como Lucero e Kervin Andrade.
Os dois times precisam evoluir muito ainda na temporada. Como entretenimento o Clássico-Rei com 6 gols é incrível, mas cada time mostrou qualidades, mas também deficiências.
No Ceará, a postura de imposição no 1º tempo é um modelo para atuações futuras. A garra, a entrega tática e se impor contra um time superior tecnicamente pode dar confiança em uma temporada desafiadora.
A equipe não pode se deixar ser dominada como foi pelo Fortaleza, sem uma válvula de escape de contra-ataques.Mas as peças de reposição de Mancini não são à altura dos titulares.
No Fortaleza, o 1º tempo sem inspiração e dominado como foi pelo Ceará, com os jogadores que tem, é um alerta. Faltou movimentação, intensidade e atenção na marcação. Pelos desafios que o Leão terá na temporada, a equipe precisa estar em um nível melhor.
De positivo, a mentalidade para uma reação. Não é fácil estar perdendo de 2 a 0 em um Clássico e ter mentalidade para virar. A forma que o Leão conseguiu reverter é importante, e de uma equipe que normalmente tem dificuldade para virar ao sair atrás no placar.
A coragem para arriscar e buscar o resultado no Clássico pode ser a virada de chave de uma equipe que ainda não rendeu o esperado na temporada 2024.