O empresário Jorge Gerdau, um dos principais nomes do setor de siderurgia do País, classificou, hoje (30), em palestra para empresários, promovida pelo Lide Ceará (Grupo de Líderes Empresariais), educação e governança como pautas prioritárias para o desenvolvimento do País.
"Ainda temos uma caminhada gigantesca a fazer na educação. O Ceará está de parabéns neste assunto, com o exemplo de Sobral na educação, do qual o Grupo Gerdau participou. Tenho orgulho de ter acompanhado isso", disse o executivo, que já foi presidente da Gerdau, uma gigante do ramo siderúrgico.
Gerdau afirmou ainda que a falta de governança eficiente e tecnológica no setor público é o maior fator de atraso do Brasil.
Tecendo críticas ao Custo Brasil, ele detalhou que o empresariado brasileiro arca com uma montanha de despesas 22% superior ao que, por exemplo, as empresas europeias pagam. O tamanho desta bomba tributária chega a R$ 1,5 trilhão.
"Para o empresariado brasileiro, nas diversas estruturas, quanto maior a cadeia, mais acentuado é o impacto", destacou.
'Trabalhador no Brasil só leva metade do dinheiro pra casa'
Na palestra, Gerdau levantou um dado que mostra o peso do Custo Brasil no mercado de trabalho. "Enquanto em alguns países, o operário fica com 70% ou mais do dinheiro (oriundo da renda), aqui só se fica com a metade. E de um real trabalhado, ele leva só 35 centavos em poder de compra", explicou.
"A estrutura tributária no País não é competitiva e ainda promove injustiça social", cravou Gerdau.
De acordo com ele, para sanar estas questões, "não há que se inventar nada; basta ver quem faz melhor no mundo e adaptar para o Brasil".
A importância do engajamento da sociedade civil e da iniciativa privada foi apontada pelo empresário como crucial para o amadurecimento do ambiente de negócios e a correção de gargalos estruturais relevantes.
Jorge Gerdau encerrou o ciclo de debates do Lide Ceará em setembro. Os demais convidados foram o jornalista William Waack e os empresários Salim Mattar e Paulo Uebel.