Fortaleza vira polo corporativo e viagens entre SP disparam em 2025
Trecho Fortaleza–Congonhas já supera volume total de 2024 e amplia conexão entre a maior economia do NE e a maior cidade do País
Maior economia do Nordeste, Fortaleza vem se consolidando como eixo estratégico de negócios no Brasil.
Segundo levantamento da Paytrack, plataforma de gestão de viagens corporativas, ao qual esta Coluna teve acesso em primeira mão, o volume de deslocamentos com foco em negócios entre Fortaleza e São Paulo cresceu 14% no primeiro semestre de 2025 em relação ao registrado em todo o ano anterior.
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A expectativa é que o movimento no trecho FOR–CGH (Aeroporto de Congonhas) encerre 2025 com alta de até 34%. Esse avanço sinaliza o fortalecimento do eixo econômico de conexão entre Nordeste e Sudeste, com destaque para a capital cearense.
O levantamento revela ainda que, entre as viagens com origem em Fortaleza, São Paulo lidera a demanda, com Congonhas e Guarulhos entre os principais destinos buscados.
Contudo, a movimentação é de mão dupla: a rota SP–Fortaleza também apresenta forte crescimento, indicando bilateralidade no fluxo de negócios.
O movimento revela uma descentralização em curso, segundo Pedro Góes, CEO da Paytrack.
“As empresas estão ampliando rotas e passando a considerar centros regionais como polos importantes. Fortaleza se destaca por oferecer infraestrutura e boa conectividade aérea, fatores que agilizam decisões e favorecem encontros presenciais”, diz o executivo.
Ampliação de voos
Para o secretário do Turismo do Ceará, Eduardo Bismarck, o avanço das viagens corporativas ocorre na esteira do crescimento econômico do Estado, que vem superando a média nacional, e do aumento no número de eventos.
Segundo ele, uma prioridade é elevar a oferta de voos para suprir esse incremento na demanda.
“Temos dialogado com as companhias aéreas permanentemente. A gente teve um crescimento grande em São Paulo, no aumento da malha aérea, no primeiro semestre: Tem dia aqui que temos sete voos para Guarulhos só da Latam. E não estou falando de alta estação, me refiro a maio, abril, que normalmente são meses de baixa estação. Isso facilita para os empresários e executivos que vêm a trabalho”.
Ele reforça ainda que é notória a ampliação de viagens de negócios de e para Fortaleza a partir do exterior, especialmente Portugal e França.
“Hoje um avião que vem de Lisboa, por exemplo, traz empresários que têm negócios em hotelaria, em energia renovável, enfim, e muitas vezes ele alia esse business com lazer, vem fazer kitesurf, curtir o litoral, mas também tratar de negócios”, comenta Bismarck.
Custo elevado
Apesar do crescimento na demanda, o cenário tarifário impõe desafios. Em rotas regionais como Fortaleza–Recife e Fortaleza–São Luís, os bilhetes classificados como “críticos” ultrapassam os R$ 2.600. Já nos trechos para São Paulo, as passagens variam entre R$ 1.800 e R$ 2.000 nos períodos de maior pressão.
A Paytrack frisa que o custo elevado e a imprevisibilidade das tarifas são fatores que prejudicam o planejamento orçamentário.
“A gestão de viagens precisa ser cada vez mais estratégica. Monitorar trechos críticos, antecipar reservas e negociar com fornecedores são ações fundamentais”, afirma Góes. Os bilhetes considerados “ótimos” nos trechos Fortaleza–São Paulo giram entre R$ 1.100 e R$ 1.400, mas podem ultrapassar R$ 2.200 em momentos de pico.