Economia azul: Ceará mira de algas às usinas eólicas offshore

Com vasto território marítimo, Estado busca preservação ambiental em consonância com a geração de riqueza

Foto: Shuterstock

A Conferência dos Oceanos, promovida em Lisboa pelas Nações Unidas na semana passada, trouxe à tona as preocupações globais acerca do futuro ambiental do planeta com o agravamento da crise climática. Neste contexto, ganharam fôlego as discussões sobre a construção de oportunidades econômicas sustentáveis dos oceanos, tema no qual o Ceará se insere com destaque.

Com o território marítimo sete vezes superior ao terrestre, o Ceará tem nos seus mares um cosmos valioso e vislumbra planos para gerar riquezas a partir da costa, sem perder de vista a preservação desse bem.

Rômulo Alexandre, cofundador do Instituto Winds for Future destaca o atlas costeiro e marinho como uma ação medular para as estratégias do Estado. "Esse documento mapeia diversos aspectos do mar do Ceará, como as unidades de conservação, as áreas com petróleo, os parques eólicos em análise, entre outros", diz.

O Instituto, inclusive, está conduzindo, em parceria com a Prefeitura de Caucaia, o processo de obtenção da Certificação Bandeira Azul para a praia do Cumbuco, que pode ser a primeira do Estado a receber o selo. Trata-se de uma rigorosa certificação, com uma lista de 34 requisitos obrigatórios, que pode consolidar o destino turístico como um modelo em ordenamento e boas práticas ambientais.

Nova fronteira

"O mar é uma nova fronteira. A economia offshore é um outro mundo", afirma Célio Fernando, secretário executivo de Regionalização e Modernização do Estado. Ele frisa que o turismo precisa organizar os cenários, ao mesmo tempo em que o Ceará se prepara para receber gigantescos investimentos em energia eólica offshore (em alto-mar).

Hoje, além da expectativa para as usinas eólicas no mar que devem despontar nos próximos anos, há uma vasta variedade de oportunidades na economia do mar, incluindo os cabos transoceânicos, a dessalinização e a diversificação da pesca. O Estado tem até mesmo um potencial nas algas marinhas, que podem ser usadas para a produção de fármacos e para eletrolisadores. "Tudo isso é PIB", ressalta Célio Fernando.

"O importante é que a economia azul e as mudanças climáticas são indissociáveis. É preciso pensar tudo isso de forma conjunta. O mundo está de olho na proteção dos oceanos", diz.

A Conferência encerrou-se com 700 compromissos assumidos entre os 150 países participantes



Assuntos Relacionados