Se no passado a chegada de carros chineses ao mercado brasileiro despertava desconfiança dos consumidores, hoje o cenário é outro.
Gradualmente, veículos de montadoras chinesas começam a abocanhar fatias de um setor dominado por gigantes como GM, Fiat, VW e marcas asiáticas consolidadas, do Japão (Toyota, Nissan) e da Coreia do Sul (Hyundai).
No mercado cearense, a sino-brasileira Caoa Chery já assumiu um lugar entre as 10 principais em vendas em 2021, à frente de players mais tradicionais, como Peugeot, Ford e Citroen, segundo o ranking da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Ranking das montadoras no Ceará
Fiat: 21,94% das vendas
GM: 15,74%
Hyundai: 11,91%
VW: 11,10%
Toyota: 10,36%
Jeep: 8,39%
Renault: 6,74%
Honda: 3,20%
Nissan: 3,06%
Caoa Chery: 1,42%
No Brasil, no acumulado de janeiro a outubro de 2021, foram mais de 32 mil emplacamentos da marca, que detém 2,5% de share.
De acordo com o presidente em exercício da Fenabrave-CE, Lewton Monteiro, o interesse dos cearenses pelos veículos chineses vem crescendo com robustez.
"Estamos experimentando um aumento significativo com a marca Caoa Chery, atualmente a única chinesa presente em nosso mercado, com grande diferencial tecnológico e todos os produtos produzidos no Brasil nas fábricas da marca em Jacareí e Anápolis", diz à Coluna.
O preconceito com os veículos chineses ficou no passado, garante Lewton. "Hoje em dia, não vejo mais preconceito com o país-sede da marca dos veículos. Penso que o que define a confiança do consumidor é a marca em si, a qualidade de seus produtos, o design, o conteúdo, a segurança e, logicamente, a qualidade na prestação de serviços através de uma rede de concessionários bem estruturada", argumenta.
Ele reforça que o ingresso de novas marcas chinesas no Brasil, com investimentos robustos e o crescimento do segmento de carros elétricos, o volume de vendas de montadoras chinesas "tende a crescer, e muito".
Vem mais carro chinês por aí
A proliferação chinesa ao setor automotivo brasileiro deve se intensificar nos próximos anos com a chegada da Great Wall, fabricante que chega ao País após comprar a fábrica da Mercedes-Benz, que debandou destas terras.
O foco da Great Wall será a produção de SUVs, um segmento que cresce a ritmo acelerado e caiu no gosto dos consumidores nos últimos anos. A categoria, aliás, vem se tornando mais competitiva com lançamentos de diversas montadoras.