Após a regulamentação da energia offshore (em alto-mar) no Brasil, os projetos começam a acelerar, com o Ceará partindo na frente para ser um dos protagonistas da modalidade. Um dos investimentos previstos está prestes a avançar, com a assinatura de um memorando de entendimento que será concretizada em breve.
Trata-se de um colossal empreendimento — da ordem de R$ 50 bilhões, que pode figurar entre os maiores da história do Ceará — com aporte do fundo de investimentos australiano Macquarie e participação da cearense Servtec.
A esta Coluna, o empresário Lauro Fiúza, diretor da Servtec, afirma que faltam apenas alguns ajustes para a assinatura do protocolo, que será inteiramente alinhado a tendências internacionais de ESG (Sigla para o comprometimento das empresas com as áreas ambiental, social e governança).
Hidrogênio verde
A empresa australiana, que entrará com o capital para o projeto, tem expertise em projetos semelhantes. "Eles estão desenvolvendo 21 GW de parques eólicos offshore na Europa e na Ásia", conta Fiúza.
O parque eólico, a ser construído a 20 km da costa cearense, no Pecém, terá capacidade para gerar 3,8 GW.
O foco do projeto será suprir a demanda do hub de hidrogênio verde que será instalado no Complexo do Pecém.
"Tudo isso nasce do pioneirismo do Ceará em desenvolver a ideia do hidrogênio verde. O hidrogênio vai utilizar muita energia renovável. O Brasil tem um potencial brutal de geração de energia com as fontes renováveis, pelo menos 11 vezes superior a toda a capacidade atual. O problema é que não tem demanda interna pra isso tudo. Com o hidrogênio, isso muda, porque nós podemos produzir e exportar essa energia", contextualiza.
O executivo afirma que a joint-venture tem planos de instalar usinas também no Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
As primeiras informações sobre o projeto foram publicadas pelo colunista Egídio Serpa, em fevereiro.