Valorização dos Estaduais

Confira a coluna desta quinta-feira (23) do comentarista Tom Barros

Legenda: Equipes se enfrentam na Arena Castelão
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Sou saudosista. Tradicionalista também. Sempre defendi a continuação dos campeonatos estaduais porque foram o berço de tudo. A origem das nossas disputas, das nossas emoções. Um fazer empírico, aperfeiçoado com o passar do tempo. Como, então, renegar o passado? Como aceitar a extinção dessa competição centenária? Observem um detalhe: mesmo com calendário reduzido, apertado, sofrido, os campeonatos estaduais resistem. Sofrem a concorrência de certames regionais, nacionais e internacionais, mas se seguram. Interessante: há muitos dirigentes que defendem o fim dos “estaduais”. Entretanto, não querem perder o título estadual. Ora, se não têm valor, por que não querem perder? Eles se contradizem. A postura deles é contraditória. Observem os campeonatos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Quando o Corinthians foi eliminado pelo Ituano em pleno Itaquerão, a bronca foi grande. A torcida não aceitou. Quando o Vasco perdeu para o Flamengo a vaga na final, a torcida não aceitou. Quando no ano passado o Ceará foi eliminado pelo Iguatu, a torcida não aceitou. Se o certame estadual não tivesse valor, as torcidas não estariam nem aí para o que viesse a acontecer.  

Rentabilidade 

Um dos argumentos para a extinção dos campeonatos estaduais é a baixa rentabilidade. Alegam que dão prejuízo financeiro. Sei que há um déficit, mas é possível fazê-lo com lucros, sim. A rigor, estão ocupando o espaço que antes era dedicado às pré-temporadas. Ora, se as pré-temporadas não tinham receita (só despesas), há como compensar com a receita agora obtida. 

Penta 

Se os campeonatos estaduais não tivessem valor, não haveria a luta do Fortaleza pelo pentacampeonato, nem a luta do Ceará para impedir tal feito. Há motivação, sim. Talvez falte um pouco de criatividade para torná-lo mais atraente. Promoções paralelas poderiam ser de grande valia. Errado é enfiá-lo goela abaixo no meio de tantas outras competições. 

Inadmissível 

Não compreendo um Campeonato Cearense sem o Icasa de Juazeiro do Norte e sem o Guarany de Sobral. São municípios de grande expressão econômica e social. O Guarany de Sobral tem uma bela história, desde o tempo do famoso Cabeção. O Icasa é o time do interior que chegou cinco vezes à decisão do certame estadual. Como admitir Icasa e Guarany fora como aconteceu agora em 2023? 

Estádio 

Juazeiro do Norte ganhou um novo Estádio Mauro Sampaio, o Romeirão, dentro dos padrões mais modernos do mundo. Há, portanto, a necessidade de as equipes de Juazeiro acompanharem o progresso advindo daí. Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha são centros de desenvolvimento que merecem alta representatividade no futebol e em outros esportes. Mas isso não está acontecendo. 

Bodysurf 

Domingo próximo, dia 26, às 7h, no Caracol Point, acontecerá a terceira etapa do Circuito Cearense de Bodysurf. É hora de pegar esta onda com os melhores praticantes desse esporte no Estado do Ceará. O Bodysurf é uma modalidade que surgiu na Ilha do Havaí, inspirada, segundo consta, nos golfinhos que gostavam de brincar nas ondas do lugar. Imperdível. 

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