Os contrastes da abertura da Copa do Mundo

Confira a coluna desta segunda-feira (21) do comentarista Tom Barros

Legenda: A Copa do Mundo de 2022 ocorre no Catar
Foto: divulgação / Fifa

Uma festa grandiosa, promovida por um país rico, que nada em petróleo e que tem também a terceira maior reserva de gás natural do planeta. Festa do futebol que consegue reunir os povos do mundo, mas também revela a diferença entre a opulência e a pobreza dos países do mundo. São distorções visíveis que mexem com a sensibilidade de quem deseja ver um mundo melhor. A Copa pode ser olhada sob vários ângulos, dentro ou fora das quatro linhas. E, assim, levar o homem a refletir sobre o seu significado, ora positivo, ora negativo. Contrastes que incomodam, máxime aos que têm aguçado sentimento de justiça social. Quanto ao jogo de abertura, o Equador foi absoluto. Valencia, autor dos dois gols, com extrema competência comandou a sua seleção. O Qatar, como já se esperava, mostrou que ali só estava porque é o anfitrião. Uma seleção limitada em todos os aspectos. Como consequência, o Equador poderia ter aplicado a maior goleada de uma partida inaugural de Copa do Mundo. Bastaria ter apertado um pouco mais. Agora é esperar o segundo ato. Do primeiro ficou a imagem de um país riquíssimo, cheio de ostentação, mas paupérrimo no quesito futebol.    

A Vez do Brasil 

Estou animado e confiante. Vejo condições de a Seleção brasileira ganhar a Copa do Mundo no Catar. Além de jogadores talentosos, há a experiência do treinador Tite. Na Copa do Mundo da Rússia, ele aprendeu muito sobre o que é um torneio de curta duração, onde a demora de uma substituição pode representar a perda ou a conquista do título. Isso será de grande valia. 

Superstição 

Para os supersticiosos, um lembrete. Antes de ganhar a sua primeira Copa do Mundo, em 1958 na Suécia, o Brasil, como agora, ficou um período na Itália. Lá fez dois amistosos. Ganhou (0 x 4) da Fiorentina, no dia 29 de maio, e ganhou (também 0 x 4) da Internazionale, no dia 1º de junho. Agora, a Canarinho também ficou na Itália, em Turim, mas não fez amistosos. Só treinou. 

Cinco camisas 10 

Na Copa de 1970, Zagallo convocou cinco camisas 10. E colocou em campo os cinco camisas 10. Zagallo não se apegou ao número, mas ao talento. Teve o mérito de mandar a campo os craques. Para tanto criou situações. Assim, no time titular estavam Gerson, Rivelino, Pelé, Jairzinho e Tostão, cada um “número 10” no time de origem. Eles se ajustaram, deram show e ganharam a Copa. 

Nove atacantes 

O técnico Tite convocou quase um time de atacantes: nove. Se Tite fizer como Zagallo em 1970, ou seja, colocando os craques em campo, descobrirá que eles mesmos se ajustam em várias funções. Os atacantes são: Neymar, Vini Jr, Raphinha, Antony, Rodrygo, Richarlisson, Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli e Pedro. Desses, eu entraria com quatro: Neymar, Raphinha, Rodrygo e Vini Jr.