O Maracanã segurou um Fortaleza melhor

Leia a coluna de Tom Barros

Legenda: Fortaleza desperdiçou diversas chances de gol e empatou o primeiro jogo da semifinal do cearense
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Um primeiro tempo como todos esperavam, menos o placar adverso para o Leão. O Fortaleza tomou a iniciativa desde o início. Aos quatro minutos, Kauan lançou Marinho, que desperdiçou ótima chance. Aos sete, Pochettino lançou Lucero, que desperdiçou. Aos nove, o Maracanã surpreendeu. Após cobrança de escanteio, o zagueiro Guilherme concluiu com perfeição: Maracanã 1 a 0. Na sequência, um festival de conclusões do Fortaleza. Marinho obrigou Léo a praticar difícil defesa. Zé Welison mandou rente à trave. Tinga errou conclusão na cara do gol. Uma blitz constante do Leão, mas sem conseguir a marcação do gol. Então, o Maracanã fez o seu segundo ataque no jogo: Vinícius concluiu com perigo, mas João Ricardo neutralizou. Síntese da primeira fase: o Fortaleza jogou mais. O Maracanã fez o gol.

Na segunda fase, o Fortaleza cresceu mais o volume de produção. Vojvoda fez entrar Kervin e Moisés. Apertou. Com seis minutos, quatro perigosas conclusões. Aos 13 minutos, finalmente o merecido gol de empate: Tinga cruzou na medida e Lucero, de cabeça, colocou na rede. Na reta final, o Maracanã oxigenou com a entrada de Ray, Davi e Iago. O Leão desacelerou. O Maracanã segurou o placar que lhe interessava. 

Festival de erros 

Há muito tempo não havia um clássico Ferroviário x Ceará definido mais pelos erros do que pelos acertos. Foram entregas de presente retribuídas com presentes de entrega. Um errava e o outro fazia questão de errar também. Erros individuais e erros coletivos. No fim, ganhou o Ceará (2 x 3) que aproveitou mais uma errada saída de bola coral, já nos acréscimos. Sem perdão. 

Os acertos 

Apesar da derrota, o Ferroviário teve como destaque, na minha observação, o goleiro Geaze. No primeiro tempo, numa cabeçada de Aylon, ele fez uma defesa muito difícil. Também se mostrou seguro em outras três difíceis intervenções. Ciel, como sempre, é uma referência. Deixou a marca dele. No Ceará, Lucas Mugni entrou muito bem. E Lourenço, igualmente, fez crescer o Vozão. 

Especial 

Mais uma vez, Erick Pulga teve especial participação no clássico. Além do gol que marcou, após o zagueiro Geninho cochilar no lance, foi sempre um atacante que levou embaraços à defesa coral. A propósito, houve momentos em que Pulga foi caçado em campo, sofrendo duras e seguidas faltas. Estão batendo demais no garoto. Um absurdo.  

Que bola! 

O lance de Lincoln para o gol de Vitinho foi magistral. O passe saiu perfeito. Lindo demais. Aí Vitinho resolveu ornamentar ainda mais a jogada. Tornou-a uma obra de arte. O toque sutil, que deixa o goleiro fora de tempo, sem a mínima chance de defesa. O toque de Vitinho lembrou o Baixinho bom de bola, o Clodoaldo, nos melhores tempos. 

Conclusão 

Restou provado, após o primeiro jogo, que o Ceará tem mais possibilidades porque conta com um elenco melhor para fazer as modificações. Mas não tem nada resolvido. A decisão pela vaga na final está aberta. É lógico que, como o Ferroviário precisa da vitória, certamente irá se expor mais. O Ferrão segue na briga, não obstante, agora em desvantagem.