Tenho 59 anos de profissão. Sou narrador de futebol. Há dias em que tudo dá certo. Por mais difícil que seja o lance, o locutor identifica o autor do passe, o autor do gol e até se antecipa ao grito da galera. Dá gosto ouvir a repetição do lance, já pela perfeita descrição.
Há dias em que tudo dá errado. O narrador mistura alhos com bugalhos. Diz que o autor foi fulano, mas foi beltrano o autor do gol. Diz que o passe perfeito foi do Zé, mas o passe perfeito foi do Cazuza. O narrador sabe que tudo passa. Dias depois, tudo volta ao normal.
Lucero está na fase em que tudo dá errado. Mas quem marcou tão belos gols não desaprende. Sugiro: em nome gol, erga a cabeça; em nome do gol, persista; em nome do gol, acredite. Em nome do gol, tenha a fé que move montanhas. Quando acontecer, todos os aplausos voltarão.
Não se desespere, Lucero. Não pense que o mundo acabou. Tenha a serenidade dos surfistas. Eles sabem que as ondas do mar quebram, mas outras virão. E virão mais fortes, mais bonitas, cheias de encanto...
O gol
Basta um gol, um golzinho só, para Lucero ter de volta a confiança, o aplauso, o reconhecimento público e o apoio geral. Drama assim é próprio e exclusivo dos artilheiros. Não há explicação. De repente, o goleador perde o caminho do gol. E demora a reencontrá-lo.
Jejum na Copa
Os grandes ídolos também enfrentam jejuns inesperados. O notável artilheiro francês, Oliver Giroud, foi titular da França na Copa do Mundo de 2018 na Rússia. A França foi campeã. Giroud foi titular em todos os jogos, mas não marcou um gol sequer. Ficou feliz com o título mundial, mas frustrado por não ter feito gol.
Floresta favorito
A decisão da Copa Fares Lopes será logo mais no PV. O Floresta, para tornar-se campeão, poderá até perder para o Ferroviário por um gol de diferença. Delicada a situação coral. No ano passado, o Ferroviário perdeu a decisão para o Iguatu, que foi o time campeão.