A produção do Ceará no empate (1 x 1) com o Ferroviário, jogo válido pelo Campeonato Cearense, trouxe muita apreensão à torcida alvinegra. Não me refiro ao resultado porque o empate em clássico é normal. A questão levantada é sobre o desempenho. Certamente, alguns entenderão que ainda é cedo para conclusões definitivas. Tudo bem. Não há sequer um mês de bola rolando. É verdade. Portanto, não é possível se exigir um time perfeito. Concordo. Mas é possível cobrar algo melhor, alentador, que traga esperança de uma evolução nas próximas jornadas. O padrão atual do Ceará não dá para um G-4 da Série B nacional. A realidade tem de ser encarada já agora. O Vozão precisa melhorar 100%, se não quiser passar vexames. Um momento oportuno para melhor avaliação virá agora com o jogo diante do Sampaio Corrêa pela Copa do Nordeste e diante do Fortaleza pelo certame estadual. Até o momento, o Ceará está bem quando enfrenta os times médios. No primeiro clássico que encarou, perdeu para o Ferrão. E, no segundo clássico, não conseguiu sair do empate. É preocupante. Como há ainda muita água para rolar sob a ponte, dá para fazer a correção de rumo. Mas não pode demorar muito.
A torcida alvinegra sempre se vangloriou de o time nunca ter sido rebaixado para a Série C. Esteve pendurado, mas foi salvo pela ação do treinador Lisca, que saiu como herói. Mas, no momento, no lugar do temor de cair para a Série C, cabe ao Ceará buscar a qualidade que lhe dê chances de subir para a Série A. Mas isso, creio, somente será possível com a pacificação.
Time desunido não vai a lugar nenhum. E, neste caso, há dois tipos de desunião. Uma é a desunião no elenco. Outra, bem diferente, é a desunião no alto comando. A meu juízo, a desunião alvinegra está localizada no setor diretivo. O elenco me parece unido. Problema é que a falta de harmonia na parte de cima termina entrando em campo.
Um alerta geral às autoridades de segurança pública: prestem muita atenção no que poderá acontecer nos bairros Benfica e Gentilânda (capital do Benfica) no dia sete de fevereiro, quando do clássico Ceará x Fortaleza. A segurança na parte interna do PV é fácil de ser trabalhada. Difícil mesmo será no entorno do estádio.
Caberá ao setor de inteligência dos órgãos de segurança detectar os pontos onde há maiores possibilidades de confronto entre as torcidas do Fortaleza e do Ceará. Não raro, acontecem problemas nas proximidades do cruzamento da Avenida Treze de Maio com a Avenida Carapinima. Um policiamento ostensivo na área certamente inibirá ação dos vândalos.
Muita gente se mostra surpresa com a forma do veterano Ciel. Ora, Ciel se cuida. Hoje é um exemplo para ser seguido pelos mais jovens. Ciel aprendeu com a vida. Sofreu adversidades, mas deu a volta por cima. Nada melhor do que uma formação religiosa sólida para superar todos os obstáculos.