Fortaleza e Botafogo são vítimas iguais

Leia a coluna de Tom Barros desta quinta-feira (23)

Legenda: Fortaleza e Botafogo se enfrentam nesta quinta-feira pela Série A
Foto: Vítor Silva / Botafogo

Na década de 1060, o cantor Alcides Gerardi fez muito sucesso com uma música que tinha por título “Vítimas Iguais”. Claro que ali se trava de um caso de amor. Aqui o assunto é futebol. É um caso de paixão. Daí os mesmos sentimentos de euforia e desespero, de ódio e afeto, de raiva e alegria. É assim que funciona. Fortaleza e Botafogo, guardadas as diferenças e as devidas proporções, passaram a sofrer juntos os mesmos efeitos negativos de uma viagem de volta. Viagem que está trazendo na bagagem decepções em série. Sonhos, tidos como certos, transformaram-se em terríveis pesadelos.

O Botafogo estava com a mão na taça. Agora, tem as mãos e os pés na massa. Tem de ralar para voltar ao posto de líder. O Fortaleza passou também por um processo semelhante. A taça da Copa Sul-Americana esteve ao seu alcance. Perto, tão perto. De repente, a mudança de rumo. E lá a LDU levou a taça para o Equador. Depois disso, os insucessos em sequência. Insucessos seguidos também do Botafogo. Hoje, Fortaleza e Botafogo levam a campo suas frustrações, obrigações e declínios. Um ar de incertezas. São vítimas iguais de um desgaste que fez murchar a bela campanha que ambos vinham fazendo. 

 

Dá pena 

 

A Seleção Brasileira atravessa uma fase de fazer pena. Perdeu o brilho, a confiança. Perdeu o respeito. Hoje, qualquer time da América do Sul não mais se intimida diante da Canarinho. Pelo contrário, acha-se no direito de tirar uma casquinha. E assim, de casquinha em casquinha, a Canarinho vai se esvaindo cada vez mais. 

 

Projeção 

 

O Ceará está sendo programado para a temporada de 2024. Mas, segundo Vagner Mancini, seu treinador, o time tem de fechar com dignidade a atual temporada. Em outras palavras: encontrar motivação onde não tem. Criar um objetivo, visando a não mergulhar no desinteresse inconsciente, tão comum entre os que não têm mais nada a fazer.  

 

Cabeça 

 

Nesta altura do campeonato, quando a equipe apenas cumpre a tabela, fico a pensar na cabeça dos atletas. Estão mais para férias que para o trabalho. Certamente, no íntimo, loucos pelo apito final. Deve ser realmente um porre. Daí a oportuna palavra do técnico Mancini. Há o compromisso moral. Cada um tem de dar o máximo, ainda que para o grupo tudo esteja definido. 

 

Há muito tempo 

 

A propósito, há jogadores que já estão de férias faz muito tempo. Gente que entrou em campo, apenas por entrar. E, certamente por isso mesmo, o Vozão chegou à situação desagradável que vive agora. Caberá ao alto comando alvinegro separar o joio do trigo. Dispensar quem se acomodou. Abrigar quem se doou. Dá para distinguir bem. 

 

Amistoso 

 

Sábado próximo, dia 25, às 16 horas, na Arena Melancias em Tururu, o ex-jogador do Ferroviário, Cícero César, promoverá o amistoso Tururu Master x Tiradentes. Cícero César notabilizou-se pela garra. Seu contagiante espírito de luta levou o Ferroviário a grandes vitórias. Hoje, ele mora em Tururu, sua terra natal, onde se dedica a promover o esporte. Bela lição de vida.   

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