Dois técnicos e uma história no Leão

Leia a Coluna de Tom Barros (13)

Legenda: Vojvoda e Rogério Ceni
Foto: Thiago Gadelha/SVM e Kid Jr/SVM

Amanhã, pela Série A, Bahia e Fortaleza se enfrentam-se na Fonte Nova. Seria apenas mais um jogo, se no comando de cada equipe não estivessem dois treinadores que mudaram para sempre a história do Leão. 

Há quem diga que Ceni plantou e Vojvoda colheu. Discordo. São trabalhos isolados. Entendo que cada um plantou. E que, portanto, cada um colheu. O Fortaleza de Ceni foi um. O Fortaleza de Vojvoda é outro. 

Ceni foi o precursor das mudanças que deram ao Fortaleza o status de time moderno, detentor de uma estrutura semelhante às dos grandes times do país. Revolucionou a maneira de preparar a equipe, mediante métodos que o levaram às significativas conquistas alcançadas em todos os segmentos. 

Vojvoda ampliou os horizontes. Pode até ter tirado proveito das estruturas que Ceni deixou. Mas soube, de maneira própria, alargar os raios de ação, colocando o Fortaleza nas vitrines internacionais, máxime ao ganhar uma vaga direta na Libertadores, fato inédito no nosso futebol.  

São dois treinadores que merecem as reverências da torcida tricolor, já pelos trabalhos notáveis, produzidos à frente do Leão. 

 

Equilíbrio 

 

Fortaleza e Bahia estão no mesmo patamar. Na Série A, até pelo fato de o Bahia jogar em casa, é natural haver uma tendência favorável aos baianos. Mas é bom lembrar que, há alguns dias, o CRB foi a Salvador e, diante de uma Fonte Nova superlotada, despachou da Copa do Nordeste o então favorito time comandado por Rogério Ceni. 

 

Adversário 

 

Já o Fortaleza, diante do mesmo CRB, conquistou o título da Copa do Nordeste, embora apenas na decisão por pênalti, uma vez que houve igualdade de pontos no placar agregado. A análise comparativa aqui feita é apenas uma referência, haja vista a convicção de que cada jogo tem sua própria história.  

 

Sem explicação 

 

Quanto à qualidade do elenco, não tenho dúvida de que o do Leão oferece ao técnico Vojvoda as melhores opções. O que preocupa é a condição física da equipe que, não raro, tem dado sinais de cansaço. No segundo tempo da decisão da Copa do Nordeste no Rei Pelé, houve um apagão até hoje não explicado. 

 

Em nome da Paz 

 

Tenho feito registros de descontentamento sobre o que está acontecendo no Ceará Sporting Clube, onde a desunião ostensiva não traz nada de positivo. Pelo contrário, só pode levar ao elenco respingos de inquietação, de incerteza, de insegurança, de apreensão e de tudo o que não convém no atual momento da Série B nacional. 

 

União 

 

O saudoso presidente do Ceará, médico Eulino Oliveira, costumava dizer que, quando o Ceará estava unido, dificilmente deixava de alcançar seus objetivos. Destacava a necessidade de união entre as diversas correntes. Há muito isso não existe no Ceará. Não por acaso, o Ceará foi rebaixado. E está ainda oscilante na Série B. Juízo, senhores! Juízo!