As incertezas do primeiro clássico do ano

Legenda: Enfim, é hora de começar
Foto: Divulgação - Thiago Gadelha

No Ceará foram tantas as dúvidas decorrentes de Covid que perdi o rumo das coisas. O time que estreou e venceu o Sergipe foi a imagem da improvisação. Aliás, uma escalação emergencial que acabou dando certo. Agora, os jogadores fundamentais estão liberados. Isso não quer dizer, porém, que estejam no ponto ideal. Quem tem condições de avaliar é o técnico que acompanhou tudo. Sem a cobertura dos treinos, não há como os setoristas traçarem a diferença entre uma coisa e outra. No Fortaleza acontece exatamente o contrário. Os jogadores fundamentais estão no ponto, aptos para os jogos de alta performance. Teve até o direito de, na vitória sobre o Floresta, atuar com o freio de mão acionado. Na estreia, quando goleou o Sousa-PB, o Leão revelou a intensidade permanente, que caracterizou sua vitoriosa campanha no ano passado. Então, se o clássico por si já é uma incerteza, mais incertezas foram incorporadas com os segredos alvinegros. O bom do clássico é exatamente isto: não permitir acomodações. Cada um busca a superação. O Fortaleza está em melhores condições físicas e mostrou melhor futebol na estreia. Mas, como está posto no ditado popular: em clássico tudo se nivela.


Escalação


É difícil saber como Tiago Nunes escalará o Ceará. Os setoristas arriscaram palpites interessantes. Mas palpite não passa de intuição. Claro que uma intuição baseada em algumas observações feitas antes do fechamento dos treinos em Porangabuçu. Mas a questão é saber quem suportará o ritmo de um clássico.


No ponto


Quem começou o ano 2022 tal como terminara o ano 2021 foi Lucas Crispim. Logo na estreia contra o Sousa-PB, ele tomou conta do espetáculo. Apresentou e manteve o ritmo normal como se não tivesse havido a paralisação das férias. Poucos jogadores conseguem feito assim. Crispim é mesmo especial.


No ataque


Todo mundo teve o direito de dar seu pitaco sobre como poderá ir a campo o Ceará. Então cuido de arriscar também, mas apenas na dupla de ataque. Nenhuma surpresa se pintarem no pedaço Clebão e Zé Roberto. Manter a dupla que jogou em Aracaju seria, no meu modo de entender, uma boa. A automação é um processo que só se alcança com a repetição. É só um pitaco, minha gente.


Estreia


Toda expectativa sobre a estreia de Silvio Romero no ataque do Fortaleza. Foi a contratação mais badalada, não apenas pelo potencial do jogador, mas também pela forma como aconteceu a contratação, ou seja, uma rasteira no maior rival. Por uma coincidência do destino, Romero vai estrear exatamente no encontro das duas torcidas. Coisas da vida.