A sintonia do Brasil real

Série da Netflix traz as complexidades da violência interna; os embates dos sonhos versus as lógicas de mercado; as idas e vindas, positivas e negativas do protestantismo, que habita nas favelas do Brasil

Legenda: Na trama, Sintonia apresenta uma jovem evangélica, um Mc de funk e um jovem que vive o sonho de ascensão pelo mundo do crime
Foto: Divulgação

Saiu a segunda temporada da Série “Sintonia”, da produtora Kondzilla, e para quem quer entender o Brasil de hoje, é uma aula de alta qualidade, produzida e protagonizada por personagens que dão um show de qualidade em atuação e que fazem o telespectador ter dificuldade em distinguir o que é ficção e realidade.

Elenco

Kondzilla mixa atores jovens em um enredo sofisticado, trazendo temas complexos num dialeto do "favelês" das ruas de São Paulo, com amigos de infância do Kond, unindo também artistas de renome nacional e internacional, realizando o sonho de todo jovem comum das quebradas brasileiras de viver o tempo de seus ídolos.

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Enredo

Ao me deparar com o convite do Kond, para dialogar sobre o conteúdo da segunda temporada, não imaginava que ele traria tantos temas relevantes do debate público e que, embora o sotaque seja diferente, a dinâmica da série traria um Brasil hightech, jovem e conectado com a estética diversa, com o protagonismo de uma juventude nas mais diversas áreas da vida na favela.

A série é o elo de sonhos que nasce da amizade desde criança. Na trama, entra uma jovem evangélica, um Mc de funk e um jovem que vive o sonho de ascensão via o mundo do crime. Embora a ficção nos traga esse enfoque, nas favelas sabemos que estes caminhos são as portas abertas e, muitas vezes, cano de escape para quem busca se vingar da invisibilidade e miséria.

Kond
Legenda: Ao me deparar com o convite do Kond, para dialogar sobre o conteúdo da segunda temporada, não imaginava que ele traria tantos temas relevantes do debate público
Foto: Arquivo pessoal

O Brasil na Sintonia

A série traz as complexidades da violência interna; os embates dos sonhos versus as lógicas de mercado; as idas e vindas, positivas e negativas do protestantismo, que habita nas favelas do Brasil; os embates de interesses entre o mundo ilícito e lícito da corrupção dos agentes de estado e da necessidade de mecanismos econômicos.

Por estar na maior plataforma de streaming do mundo, a série, no lançamento da sua segunda temporada, ocupou o primeiro lugar como a mais assistida no país, o que demonstra a relevância do conteúdo que a série apresenta para público.

E, na minha opinião, o Kond conseguiu unir entretenimento, protesto, denúncia e diversão na mesma série que já é um sucesso. Por isso, convido todos a conferirem a segunda temporada dessa trama que retrata a sintonia do Brasil real.

 



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