Agora falta menos tempo para que visitantes do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, possam apreciar o fóssil mais disputado dos últimos anos. Deve chegar à Brasília no domingo (4), trazido por uma comitiva alemã, o fóssil do Ubirajara jubatus.
A solenidade oficial ainda terá a data marcada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A ideia é que a repatriação seja celebrada como uma vitória.
O Ubirajara é considerado um fóssil raro: seria o primeiro dinossauro não aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul, conforme o próprio MCTI. Viveu há mais de 100 milhões de anos, um ancestral longínquo das aves que conhecemos hoje em dia.
O fóssil que está no Museu Estadual de História Natural Karlsruhe saiu do Brasil na década de 1990. É imensa a probabilidade de que isso tenha ocorrido de forma ilegal, conforme apontaram estudiosos.
Quando a sua descrição foi publicada em 2020, começou um movimento pela devolução. Nas redes sociais, #UbirajaraBelongstoBR virou um dos assuntos mais comentados.
A repatriação promete reinaugurar um novo momento na relação científica entre os dois países. Como já trouxemos aqui neste espaço, estima-se que a nação europeia tenha o maior acervo de fósseis do Cariri em todo o mundo, maior até mesmo do que o que exista explorado no Brasil.
Será uma vitória dupla sobre o colonialismo. Primeiramente, será repatriado da Europa para o Brasil. Além disso, não ficará em museu ou universidade do Eixo Rio-São Paulo. O MCTI já decidiu que virá para o Cariri, onde foi encontrado e de onde não deveria ter saído sem autorização.
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