Saiba o que é tricotilomania, os sintomas e como tratar o transtorno

Popularmente conhecida como “doença de arrancar os cabelos, o distúrbio está presente entre 1 e 2% da população

Legenda: A tricotilomania geralmente é tratada por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir desde psicólogos a médicos clínicos, psiquiatras ou cirurgiões plásticos, por exemplo
Foto: Shutterstock

Você já ouviu falar em tricotilomania? O nome, que parece até estranho, se refere a um transtorno que faz com que a pessoa sinta um desejo frequente e incontrolável de arrancar os fios do cabelo e pelos do próprio corpo. Popularmente conhecida como “doença de arrancar os cabelos, o distúrbio está presente entre 1 e 2% da população e, entre adultos, os casos ocorrem cerca de 80 a 90% em mulheres.  

O cirurgião plástico Davi Pontes explica que os pacientes que sofrem com esse transtorno arrancam os fios e pelos de “locais como o couro cabeludo, cílios, sobrancelhas e barba, que são os casos mais comuns, além da virilha, braços e pernas”.  

Dentre os sintomas da tricotilomania estão: a vontade incontrolável, repentina e frequente de arrancar os fios do corpo; sensação de prazer, alívio ou recompensa imediatos após a remoção; falhas nos pelos do corpo e do couro cabeludo que podem variar de tamanho e são perceptíveis.  

“Muitos pacientes sentem vergonha e constrangimento por possuírem este quadro médico e, por isso, evitam procurar ajuda especializada. Ainda, quando o paciente possui a tricofagia combinada com a tricotilomania, ou seja, ele ingere os fios de cabelos arrancados após sua remoção e outros sintomas podem se apresentar, são eles: náuseas e vômitos; dores abdominais; perda de apetite e bloqueios intestinais”. 
Davi Pontes
Médico

Os pacientes que sofrem com o transtorno, segundo o especialista, geralmente já tentaram parar ou controlar o ato de arrancar os fios do cabelo ou do corpo, mas não conseguiram. Segundo o médico, esse é um dos sintomas da tricotilomania, além da síndrome poder resultar em alopecia

Veja também

 Já o tratamento para a doença pode ser bem diversificado, indo desde terapia cognitivo-comportamental, quando se busca reverter os hábitos, até a ingestão de inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou clomipramina. Além disso, pode-se também tratar o próprio couro cabeludo para tentar reverter os fios perdidos. 

A tricotilomania geralmente é tratada por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir desde psicólogos a médicos clínicos, psiquiatras ou cirurgiões plásticos, por exemplo.  

 “Na parte médica existem tratamentos medicamentosos que diminuem os pensamentos obsessivos e os atos compulsivos que levam à eclosão e agravamento dos sintomas, que podem ajudar muito no controle do caso. E para reparar pelos perdidos, o cirurgião plástico especialista no segmento capilar. Na parte da psicoterapia, complementa procurando as causas para o transtorno, entendendo como ele se desenvolve na vida do indivíduo e planejando as estratégias de tratamento”, afirma Davi. 

Como o estresse e ansiedade podem afetar a tricotilomania? 

O médico esclarece também que quem possui transtorno de ansiedade, como TOC ou ansiedade generalizada, tem mais chances de desenvolver essa condição. “Altas cargas de estresse naturalmente costumam resultar em queda de tufos de cabelos, mas também podem incentivar o hábito da retirada inconsciente dos fios”, diz.