Quais os sinais da sarna no cachorro? Tire dúvidas sobre a doença

A sarna em cachorro pode ser causada por três tipos de ácaros e, consequentemente, se manifestam de três maneiras distintas

Legenda: A doença é altamente transmissível e o animal deve ser medicado com um remédio
Foto: Shutterstock

A sarna em cachorro gera bastante incômodo no animal infectado por ser causada por ácaros que se alojam na pele do animal, onde se alimentam e se desenvolvem. No grupo dos cães, especificamente, há três tipos de sarna, segundo explica o médico veterinário Thiago Ferreira.

"Nós temos a sarna demodécica, a sarna sarcóptica e a sarna otodécica. E, desses três tipos, a sarna sarcóptica é transmissível para os humanos, causando uma doença chamada de escabiose"
Thiago Ferreira
Médico veterinário

Por isso, é importante saber como reconhecer os sintomas e o que fazer para tratar os animais que estão sofrendo com esse problema.

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O que causa a sarna? Quais as formas de transmissão?

"A sarna é causada por um agente que já faz parte normalmente da pele do cão, e quando ele tem uma alteração imunológica, uma alteração de imunidade, esse ácaro começa a proliferar de forma muito exagerada"
Thiago Ferreira
Médico Veterinário

Thiago explica ainda que muitas vezes isso vai estar relacionado a um defeito genético ou a uso contínuo de alguns medicamentos que causam imunossupressão, uma baixa de imunidade. "Com isso, uma das consequências seria a proliferação desse ácaro causando sarna demodécica". 

Já os outros dois tipos de sarnas, são contagiosas entre os cães. "Então, se você tem um contato entre um animal sadio e um doente, o animal sadio pode adquirir o ácaro e a partir disso manifestar a doença", destaca o veterinário.

Quais os sintomas da sarna em cachorro?

Os sintomas são variados e depende do tipo de sarna. Em caso de suspeita, não administre nenhum remédio para sarna em cachorro sem orientações médicas.

Na demodécica:

  • Feridas na pele, normalmente, de cunho avermelhado;
  • Queda de pelo;
  • Espinhas que podem coçar ou não.

Na sarcóptica:

  • Coceira;
  • Falta de pelo;
  • Feridas predominantes na ponta das orelhas, calda, cotovelos e calcanhares.

Na otodécica:

  • Feridas predominantes dentro da orelha;
  • Lesões na cabeça e no pescoço;
  • Coceira.

Sarna de cachorro atinge os humanos?

Sim, a sarna sarcóptica é transmissível para os humanos, causando uma doença chamada de escabiose. O problema é que a sarcóptica também é a sarna mais comum. Por isso, ao suspeitar da doença em seu amigo ou em qualquer outro cachorro, evite tocar no animal sem estar devidamente protegido com luvas.

Como é o diagnóstico da sarna?

O diagnóstico é feito através de exames clínicos e laboratoriais.

"A sarna demodécica ou sarcóptica, normalmente, utilizo exames como raspado de pele. Se for otodécica, que causa problema dentro da orelha, a gente trabalha com exames parasutológicos de cerume, que são exames que são feitos na clínica pra dar um indício da presença ou não do ácaro nas amostras coletadas"
Thiago Ferreira
Médico veterinário

Qual é o tratamento para a sarna? 

O tratamento pode ser feito por via tópica e sistêmica, conforme o médico veterinário Thiago Ferreira. "Por via sistêmica, falo de medicamentos orais, medicamentos injetáveis. Na maioria das vezes, a gente trabalha com a combinação entre esses medicamentos".

"Pra sarna da orelha, utilizamos produtos de 'pingar' dentro da orelha. Enquanto para demodécica ou sarcóptica, utilizamos banhos com xampus específicos e medicamentos orais. Dependendo da situação alguns medicamentos injetáveis podem ser utilizados também"
Thiago Ferreira
Médico veterinário

Como evitar sarna em cachorro?

Para evitar as sarnas contagiosas, ou seja, a otodécica e a sarcóptica, é preciso evitar o contato frequente com cães de origem desconhecida. "A gente sabe que o ácaro pode ser passado pelo contato de um animal pro outro ou pelo compartilhamento de determinados materiais como pentes, escovas, máquinas", detalha Thiago.

No caso da sarna demodécica, a orientação aos animais que são previamente diagnosticados é que eles não reproduzam porque isso aumenta a chance de passar para algum filhotes.

  • Higienizar o ambiente do cão;
  • Evitar que o pet tenha contato com cachorros contaminados;
  • Evitar estresse e fornecer uma alimentação adequada;
  • Limpar as orelhas e os condutos auditivos;
  • Manter em dia o calendário de vacinação e vermifugação;
  • Fazer acompanhamento regular com um médico-veterinário.

"Anteriormente, isso era um problema muito grande. Hoje, esse problema ele está mais controlado, mas a gente ainda tem essa recomendação da questão do controle dos animais que manifestam a doença"
Thiago Ferreira
Médico veterinário



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