A sarna em cachorro gera bastante incômodo no animal infectado por ser causada por ácaros que se alojam na pele do animal, onde se alimentam e se desenvolvem. No grupo dos cães, especificamente, há três tipos de sarna, segundo explica o médico veterinário Thiago Ferreira.
"Nós temos a sarna demodécica, a sarna sarcóptica e a sarna otodécica. E, desses três tipos, a sarna sarcóptica é transmissível para os humanos, causando uma doença chamada de escabiose"
Por isso, é importante saber como reconhecer os sintomas e o que fazer para tratar os animais que estão sofrendo com esse problema.
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"A sarna é causada por um agente que já faz parte normalmente da pele do cão, e quando ele tem uma alteração imunológica, uma alteração de imunidade, esse ácaro começa a proliferar de forma muito exagerada"
Thiago explica ainda que muitas vezes isso vai estar relacionado a um defeito genético ou a uso contínuo de alguns medicamentos que causam imunossupressão, uma baixa de imunidade. "Com isso, uma das consequências seria a proliferação desse ácaro causando sarna demodécica".
Já os outros dois tipos de sarnas, são contagiosas entre os cães. "Então, se você tem um contato entre um animal sadio e um doente, o animal sadio pode adquirir o ácaro e a partir disso manifestar a doença", destaca o veterinário.
Os sintomas são variados e depende do tipo de sarna. Em caso de suspeita, não administre nenhum remédio para sarna em cachorro sem orientações médicas.
Sim, a sarna sarcóptica é transmissível para os humanos, causando uma doença chamada de escabiose. O problema é que a sarcóptica também é a sarna mais comum. Por isso, ao suspeitar da doença em seu amigo ou em qualquer outro cachorro, evite tocar no animal sem estar devidamente protegido com luvas.
O diagnóstico é feito através de exames clínicos e laboratoriais.
"A sarna demodécica ou sarcóptica, normalmente, utilizo exames como raspado de pele. Se for otodécica, que causa problema dentro da orelha, a gente trabalha com exames parasutológicos de cerume, que são exames que são feitos na clínica pra dar um indício da presença ou não do ácaro nas amostras coletadas"
O tratamento pode ser feito por via tópica e sistêmica, conforme o médico veterinário Thiago Ferreira. "Por via sistêmica, falo de medicamentos orais, medicamentos injetáveis. Na maioria das vezes, a gente trabalha com a combinação entre esses medicamentos".
"Pra sarna da orelha, utilizamos produtos de 'pingar' dentro da orelha. Enquanto para demodécica ou sarcóptica, utilizamos banhos com xampus específicos e medicamentos orais. Dependendo da situação alguns medicamentos injetáveis podem ser utilizados também"
Para evitar as sarnas contagiosas, ou seja, a otodécica e a sarcóptica, é preciso evitar o contato frequente com cães de origem desconhecida. "A gente sabe que o ácaro pode ser passado pelo contato de um animal pro outro ou pelo compartilhamento de determinados materiais como pentes, escovas, máquinas", detalha Thiago.
No caso da sarna demodécica, a orientação aos animais que são previamente diagnosticados é que eles não reproduzam porque isso aumenta a chance de passar para algum filhotes.
"Anteriormente, isso era um problema muito grande. Hoje, esse problema ele está mais controlado, mas a gente ainda tem essa recomendação da questão do controle dos animais que manifestam a doença"