'Superman' de James Gunn é divertido e diferente de tudo já feito pela DC; confira crítica
Longa estreia nos cinemas nesta quinta-feira (10) e já na exibição para imprensa é possível perceber os novos rumos do estúdio concorrente da Marvel
Quando James Gunn, nome responsável por "Guardiões da Galáxia", foi anunciado como contratado da DC Studios o frenesi foi tamanho que os fãs dos quadrinhos já davam como certo o sucesso dos novos lançamentos da concorrente da Marvel. Talvez fosse pelo trabalho dele na franquia intergalática ou só pela certeza de renovação na história de heróis.
É em "Superman", lançado nesta quinta (10) pelos cinemas brasileiros, que ficará a certeza da marca registrada dele neste novo capítulo.
O novo longa vem, inclusive, cheio de expectativas. Marca a busca do estúdio por sucesso, mesmo em meio a um lançamento excessivo de heróis no cinema e o claro declínio da presença do público em sala para conferi-los.
De início, já se pode dizer, o objetivo parece parcialmente cumprido enquanto as críticas ao longa explodem em positividade e fazem crescer, exponencialmente, o interesse do público-alvo da produção.
Ainda que Gunn seja responsável por boa parte disso, uma coisa fica clara: o novo "Superman" tem um elenco competente e disposto, capaz de entregar o necessário e não se contentar com isso. David Corenswet é, sem dúvidas, uma surpresa positiva, cabe ressaltar.
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Enquanto os saudosos por Henry Cavill se questionam se ele está a altura do legado, o ator interpreta o Homem de Aço de forma magistral, tanto na versão como Clark Kent ou vestido com a capa do super-herói.
A mim, sem pestanejar, fica a sensação de um personagem completamente novo, conectado à real essência de um dos super-heróis mais famosos da história.
Já a parceria entre ele e Rachel Brosnahan, a Lois Lane desta nova versão, é fluida, bonita de se ver. Juntos, os dois brilham em cena, demonstram o timing perfeito para cenas de tensão ou amorosas e, claro, surgem aos espectadores como as melhores escolhas para os papéis aos quais foram designados. Outro acerto, entre os muitos contabilizados.
Veja o trailer:
E o que dizer de Nicholas Hoult a não ser pontuar como a incorporação dele de Lex Luthor cria um vilão tenebroso, mas no sentido perfeito? Hoult parece confortável na pele de Lex, trazendo uma versão mais manipuladora do antagonista.
A violência, o destempero sem medida e o ódio transmitido por ele em relação ao Super-Homem cresce a obra, transformando Clark no mocinho necessário para salvar o mundo de fato. Não é o que desejamos do Superman? Eu digo que sim.
Gunn aposta em questões atuais
Muitos acertos podem ser colocados na conta de James Gunn e um deles é a conexão real com as origens do Super-Homem. No longa, questões como a imigração, o ódio nas redes sociais — que aparece em um momento engraçado do roteiro — e até as fake news são tratadas com relevância, como se o herói tivesse, agora, que se atualizar entre os debates constantes entre a humanidade.
A vinda de Clark, inclusive, é discutida pelo filme. É nesse momento em que Kal-El ganha ares de alienígena, trazendo ao roteiro a dualidade sobre as reais intenções desse herói tão amado pela terra.
Creio que seja uma das principais temáticas do longa, arco no qual é possível perceber uma versão mais humanizada em Corenswet, diferente do que ocorria com Henry Cavill, por exemplo.
Mas os erros também estão presentes, podemos ressaltar. Talvez o principal problema esteja no fato de que o filme tenta reunir diversos arcos narrativos, mas sofre ao manter o espectador envolvido neles todos.
O maior sofrimento narrativo está no segundo ato, mas nada que prejudique a obra por inteiro.
Críticas no Rotten Tomatoes
Como falar de sucesso sem citar as críticas? Se o intuito era agradar, esse objetivo parece estar sendo cumprido muito bem, obrigada. No Rotten Tomatoes, um dos principais sites de críticas em todo o mundo, a aprovação de "Superman" já chega a 85% entre os críticos, com 95% entre os espectadores.
Assim como alardeado pelos fãs há tempos, James Gunn surge como a figura perfeita para encabeçar a retomada da DC Studios nos cinemas.
Em tempos em que os "filmes de bonecos" não soam mais tão atrativos, ele subverte a lógica e entrega o herói mais real até aqui, o mais possível de se conectar. Resta saber se isso permanecerá nas próximas produções do estúdio, mas o balanço parece promissor.