Toda boa edição de BBB precisa de um vilão. Não dá para abrir discussão sobre isso e não, não é legal assistir a um reality show sem um antagonista aparente. No BBB 23, até agora, não faltou quem se destacasse de forma negativa, mas a "vilania" veio de onde menos se esperava, e Gustavo e Key são, disparados, os que parecem estar na frente para assumir esse posto.
Tem alguma dúvida? Pois nem a própria edição do Big Brother faz questão de disfarçar. Se por algum tempo apontou-se um favorecimento do casal apaixonado durante os programas ao vivo, a exibição dessa terça (14) fez cair por terra qualquer ideia de encontro com esse caminho, fazendo feliz a todos os que concordam com a teoria.
A última semana, inclusive, impôs uma verdade ao jogo dos dois: Gustavo e Key estão jogando apenas um com o outro, se favorecendo, mas continuam fingindo uma aliança com o grupo Fundo do Mar para se fortalecer. Com a exposição de Christian, os dois reforçaram a própria mentira, alegando não saber os planos do rapaz. Ora, eles não sabem que estão sendo filmados?
Jogo duplo ou em dupla?
Sabem bem, têm toda consciência disso. Exatamente por isso estão cientes também que os brothers confinados não têm acesso a nada do que conversam em segredo. Assim, negar o envolvimento na estratégia de Christian com Paula e Bruna, tentando extrair informações do grupo oposto, pareceu algo natural e simples.
Se Christian tentou ser vilão, nem para isso serviu. Acabou como o excluído da casa, afinal de contas, pensou ter usado as duas colegas para o próprio jogo, mas acabou também usado pelos seus como marionete, sacrificado em prol do jogo do casal. Bastou que fosse criticado após a formação do Paredão e logo sentiu a fúria - descabida, viu? - de Guskey.
Ah, mas veja bem! Gustavo e Key não formam figuras vilanescas comuns. Afinal de contas, são fofos, protagonizam cenas quentes debaixo do edredom, prometem a si e ao público que se amam, que pretendem se casar fora do confinamento. Como não se apaixonar por eles?
Assumir o papel de vilão no BBB é sempre algo solitário, exceto quando se encontra alguém com os mesmos interesses, fazendo valer a máxima de que tudo é possível dentro do jogo.
Se o casal da 23ª edição faz isso de forma consciente, nem importa. Ambos exercem o papel conquistado de forma coerente, até porque já mostraram abertamente como estão jogando exclusivamente juntos.
Veja a maestria: não é mais fácil ser vilão quando os que cercam sequer sabem das suas intenções? Se assim for, os dois estão, de fato, de parabéns.
A Christian sobrou a narrativa de traíra dentro da casa e nem ele mesmo soube como entregar o casal de "amigos". Retomou a aliança, crendo que será priorizado e protegido quando necessário. Porém, a verdade é que Gustavo e Key sabem, se preferem e não vão hesitar quando chegar a hora de largar a mão para se manter no local de ingênuos enquanto, assim, avançam a cada nova semana de BBB.
Resta saber até quando os outros brothers vão acreditar.