Que o Brasil, além do futebol, é o País do vôlei, não há dúvidas. Entre mulheres e homens, as seleções, principalmente, a partir dos anos 2000 estão entre as mais vitoriosas do mundo. Acostumados a vencer, é difícil a aceitação quando o cenário muda, que é o que o grupo masculino vivenciou este ano. Em entrevista à coluna, o técnico Renan Dal Zotto falou sobre o momento e expectativas para o ano decisivo que se aproxima, com o pré-olímpico.
Já de olho em 2023, o técnico adiantou sobre o calendário, que promete ser agitado. São quatro grandes compromissos que a seleção terá: Liga das Nações, Sul-Americano, Pré-Olímpico e Panamericano. Diante de tantas competições, a mais importante delas é a disputa que já garante a vaga em Paris 2024. Grande oportunidade para tentar apagar o que foi a última Olimpíada, quando o Brasil terminou em 4º lugar.
“Pensamos em todas as formas de chegar ao pódio, porque o voleibol brasileiro merece. [...] Quem acompanha esporte sabe: mundo globalizado hoje não tem mais um ou dois candidatos, tem sempre seis, sete, oito e o Brasil está sempre entre eles.”
O momento é de transição e Renan destacou que o grupo de atletas está aberto:
“Para os jogos olímpicos, com certeza devem surgir novos nomes, porque esporte é uma questão de momento e tudo acontece muito rápido. As portas estão sempre abertas pra novos talentos, mas com certeza uma base a gente já tem".
Base essa, que o próprio treinador destaca. que é de equilíbrio: 50% de jogadores experientes e outros 50% de jovens. O técnico reforça que é importante o desempenho nos clubes e que isso é sempre observado pela própria rapidez em relação ao momento dos atletas.
Renan esteve em Fortaleza participando da 3ª edição do Vôlei Vivo Ceará, momento de troca de conhecimentos e experiências na modalidade. O técnico comentou ainda sobre o cenário do vôlei no Estado, que conta pela primeira vez com um representante na Superliga: o Rede Cuca
. “A importância de termos um time do Ceará na Superliga é muito grande. [...] É um projeto ainda novo, infelizmente a vaga surgiu de última hora. [...] Assim mesmo conseguiram fazer uma equipe bem interessante, com um bom treinador, que é o Marcelo Negrão. Mas as dificuldades são naturais [...] A gente torce que o time continue crescendo e conquiste resultados.”
Renan Dal Zotto está à frente da seleção brasileira masculina de vôlei desde 2017. Sucessor de Bernadinho, ficou difícil, em muitos momentos, fugir de críticas. Apesar disso, ele destaca o trabalho sólido, deixando o Brasil sempre entre os quatro primeiros, à exceção da edição deste ano da Liga das Nações, quando ficou em 6º. Mas Renan olha adiante, com boas expectativas para as próximas Olimpíadas.