Chegamos a um estágio da pandemia em que quase ninguém aguenta mais restrições, mas elas ainda são necessárias, e muito! Na iminência do que seria uma terceira onda no País, com crescimento exponencial de casos de covid e ainda um surto de gripe, pensar em manter uma vida como a de antes não é viável. Nem pra nós e nem pros atletas. No entanto, algumas competições em andamento vêm mostrando amadorismo no trato com essa situação.
A Superliga, por exemplo, não exige testagem periódica no regulamento desta edição, que é a 2021/22. E muitos clubes optam por fazer os exames apenas em casos de jogadores sintomáticos. Ainda assim, no retorno do recesso, após as festas de fim de ano, o que se viu foi uma onda alarmante de casos e diversos jogos adiados.
O primeiro confronto do naipe feminino aconteceu apenas na última terça-feira (11). Pinheiros e Praia Clube se enfrentaram em uma partida claramente com um abismo técnico. O time paulista teve nove baixas por conta de casos de covid e apesar de sete das jogadoras já terem retornado, não voltam com o mesmo ritmo de jogo. Resultado: 3x0 com um 25 a 14 no terceiro set.
Osasco foi uma das equipes com partidas adiadas, contra o Fluminense na última sexta-feira (7) e contra o Minas, na segunda (10) por conta de contaminação por coronavírus. Esta última partida, contra o Minas, aconteceria nesta sexta-feira (14), mas foi adiada mais uma vez, agora por conta de casos na equipe de Belo Horizonte. Outros jogos adiados foram Sesc RJ Flamengo x Sesi Bauru, Valinhos x Minas e Sada Cruzeiro e Farma Conde Vôlei São José.
Esses adiamentos vêm impactando não apenas na Superliga, mas também na Copa do Brasil, competição prevista para acontecer entre os oito primeiros colocados da competição nacional, que, no entanto, ainda tinha pendências por conta do adiamento de partidas. Com isso, a Confederação Brasileira de Vôlei optou por manter a tabela atual para definir os confrontos.
No Novo Basquete Brasil (NBB) os protocolos são diferentes e não há regra para adiamento de jogos em casos de covid. O que acontece é que as equipes foram autorizadas a ir para as partidas com um quórum mínimo de sete jogadores e não mais 10 como era. Isso limita muito as condições de jogo e expõe os atletas de maneira desnecessária. E no caso de não haver esse mínimo estipulado, o time perde por W.O especial.
O Rio Claro, por exemplo, já perdeu duas partidas por W.O por conta das baixas da covid (uma dessas, inclusive, seria contra o Fortaleza Basquete Cearense). Na última semana, o Paulistano enfrentou o Bauru com apenas sete atletas relacionados e terminou com quatro em quadra, um a menos do que o padrão por conta de exclusões devido às faltas.
Diante desse cenário, o momento é de repensar cronogramas e protocolos. As duas competições exigem viagens constantes das equipes com passagens por aeroportos, que, inclusive têm passado por cancelamentos constantes de voos por conta do afastamento de profissionais com síndrome gripal.
A probabilidade de passarmos por uma terceira onda é grande, mas, claro, com menos impactos como nas anteriores, já que apesar do grande contágio, graças à vacina, os casos não têm sido tão graves. Reajustar a rotina, no entanto, é necessário, novamente, infelizmente. E, talvez, para as grandes competições nacionais, pensar, pelo menor por agora, no formato de bolha, pode ser uma alternativa razoável.