Usar maquiagem e terminar o dia com o rosto brilhando ou sem longa duração, ter como melhor amigo o pó compacto. Quem tem pele oleosa, um dos tipos de pele mais comuns entre os brasileiros, falta não ver uma solução para melhorar esse aspecto. Mas já é possível encontrar facilmente ativos como ácido salicílico, glicólico, zinco e niacinamida para tratar.
Alguns desses, contudo, podem dar um efeito contrário e sensibilizar a pele. Eu, por exemplo, tenho baixa tolerância ao ácido salicílico, minha pele costuma ficar bastante ressecada e sensível quando utilizo produtos com esse ativo.
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É por esse efeito não esperado que a indústria farmacêutica desenvolve novas tecnologias de modo a otimizar o resultado dos tratamentos. Um desses ativos nada convencionais é o gluconolactona, um poli-hidróxiácido (PHA) que tem ainda ação antioxidante e antirrugas, conforme explica a Andrea Bauer Bannach, gerente médica em dermatologia da Profuse.
“O poli-hidróxiácido é uma categoria nova, é um tipo de ácido que tem vários benefícios. Além de ter o controle de oleosidade, é indicado pra pele sensível, porque não causa irritação, não agride a barreira cutânea, então tem uma alta tolerância”.
Extrato vegetal e natural, a arnica é outro composto que traz benefícios para a pele oleosa e acneica. A dermatologista destaca que esse ativo tem propriedades anti-inflamatórias, ajuda a reduzir a vermelhidão, inchaço e dor.
Logo, é indicada para tratar acne, especialmente as mais inflamadas, porque o extrato de arnica atua na melhora das espinhas, previne que novas lesões surjam, facilita o processo de cura de acnes antigas e evita o surgimento de marcas escurecidas.
Outra tecnologia é a Syndet, um ingrediente voltado para a limpeza do rosto que não contém sabão, componente que pode ser irritativo para algumas peles. Assim, a higienização é feita sem provocar ardência nem sensação de repuxamento, sendo indicado também para quem acabou de passar por procedimentos estéticos como peelings.
Para além de pensar em ativos específicos para essa pele, a dermatologista pontua a necessidade de manter uma rotina básica com produtos adequados. “Essa rotina tem que ter, pelo menos, três itens básicos: produto de limpeza, de hidratação e proteção solar”.
“A pessoa que tem pele oleosa que usa esses produtos adequados para o tipo de pele, prescritos por um profissional, consegue corrigir a questão da oleosidade excessiva com o uso prolongado”, afirma.
O recomendado, conforme Andrea, é higienizar a pele duas vezes ao dia e, no máximo, três, isso, porque a lavagem excessiva pode prejudicar a barreira de proteção da pele e causar o temido efeito rebote, aumentando a oleosidade e o aparecimento de cravos e espinhas. “É um mito que quem tem pele oleosa tem que lavar o rosto várias vezes”.
A dermatologista afirma ainda que a rotina pode ser complementada com outros produtos de tratamento a depender da preferência do paciente, seja para tratar a acne ou manchas por exemplo.
A hidratação da pele oleosa também envolve mitos, pois acredita-se que esses produtos hidratantes podem aumentar mais a produção do sebo. “As pessoas confundem oleosidade com hidratação, mas hidratante é o produto pra repor água da pele e a oleosidade é gordura. Porém, pra pele oleosa específica tem que ser um hidratante oil free”.
Além disso, a médica ressalta a importância de outros cuidados, como uma alimentação adequada. “A gente elimina muitas toxinas então é importante ter uma alimentação saudável, rica em fibras, consumir bastante água, evitar exposição exagerada ao sol e ao calor que também estimulam a produção das glândulas sebáceas”.
Não espremer cravos e espinhas, evitar o uso de produtos inadequados, ter um acompanhamento profissional.
Andrea indica ainda a lavagem frequente, dia sim e dia não, dos cabelos, já que a pele é uma estrutura contínua e o couro cabeludo influencia no rosto.