Empresa internacional aposta em forró e escolhe distribuidora digital do Ceará para parceria

Cantores como Márcia Fellipe e Eric Land estão dentro de produtora e já alcançaram número expressivos em app de streaming

Legenda: Nomes como Taty Girl, Márcia Fellipe e Glaydson Gavião devem ter músicas alavancadas em plataformas de streaming
Foto: Romilson Sales/Divulgação

A vida de um cantor de forró e sertanejo não acontece apenas nos palcos, mas também no mundo digital. As disputas para conseguir uma boa posição em playlists editorais de apps é algo visível nas redes sociais. O forró eletrônico vem atraindo e ocasionando a criação de um mercado que cresce anualmente: a distribuição digital. Nesta quinta-feira (30), uma empresa internacional, em parceria com um selo musical cearense, se apresentaram ao mercado fonográfico.

As distribuidoras digitais são empresas que fazem o intermédio entre o artista e as plataformas de streaming, como YouTube, Deezer e Spotify. Junto aos aplicativos, elas possibilitam a arrecadação de direitos autorais e royalties. A maioria delas disponibilizam ferramentas de marketing, que permitem a inclusão das músicas em playlists especiais, além da criação de páginas de pré-save.

Nomes conhecidos da música e da TV, como Marcelo Toller e o produtor musical Rod Bala, integram novo selo com escritórios em Fortaleza e São Paulo
Legenda: Nomes conhecidos da música e da TV, como Marcelo Toller e o produtor musical Rod Bala, integram novo selo com escritórios em Fortaleza e São Paulo
Foto: Romilson Sales/Divulgação

A crescente do forró, entre os anos 2020 e 2021, fez a Alternative Distribution Alliance (ADA) — divisão de distribuição de música da Warner Music Group — olhar para o Nordeste com mais força. Em parceria com a distribuidora digital Potência Music, tendo à frente nomes como Rod Bala na direção artística, eles já somam no casting nomes como Aldair Playboy, Eric Land, Taty Girl e até Márcia Fellipe —  que deixou a Universal Music para ter conteúdo distribuído pelo novo selo.

Rod Bala e o Ceará são referencias de forró para o Brasil. Foi um caminho natural trabalharmos juntos esse ano. [...] Trabalhamos todos os ritmos no Brasil, do evangélico ao forró. No Nordeste, estamos focados no forró. A nossa ideia nessa união é que possamos entregar uma solução completa para os artistas.
João Alquéres
Diretor da ADA Brasil

A vida digital dos cantores fica mais fácil quando se tem um trabalho localizado. Atualmente, boa parte das distribuidoras digitais são atreladas a grandes gravadoras existentes em São Paulo e Rio de Janeiro. Por mais que videoconferências encurtem distâncias, nada melhor do que um olho no olho presencial para atender necessidades. 

Com uma distribuidora digital em Fortaleza, polo cultural e berço de grandes bandas forró, é possível apostar na revelação de novos nomes no gênero. Muitos cantores "estouraram" na pandemia por meio de aplicativos como o TikTok. O que é ouvido de quem está iniciando uma carreira musical é que poucas são as produtoras que entendem como colocar uma música dentro de um app. É nesse momento que entra o trabalho da distribuidora digital.

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É curioso avaliar o atual de cenário de profissionalização do forró conhecendo o mercado musical no Nordeste do início dos anos 2000. Pirateiros e gravadores de áudios de festas distribuíam gratuitamente álbuns. As bandas não lutavam contra, pois ficaram fortalecidas devido ao  "serviço" de divulgação.

Naquela época, a forma encontrada para não ir contra os "bons resultados" de divulgação acontecia por meio da distribuição de CDs promocionais encabeçados pelas próprias produtoras das bandas.

É notório que o forró acabou saindo na frente de outros ritmos e hoje é case para outros gêneros musicais no quesito distribuição digital. 

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