Piso da enfermagem: presidente do Senado apresenta propostas para bancar novos salários; confira

Projetos em tramitação podem ajudar a destravar alegações de falta de recurso para pagamentos

Legenda: Piso da enfermagem está travado no STF
Foto: Camila Lima

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu nesta segunda-feira (19), em encontro com líderes partidários e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a aprovação de projetos de lei como forma de viabilizar o pagamento do piso salarial da enfermagem.

Sancionada em 5 de agosto, a lei que criou a base salarial da categoria está suspensa por 60 dias, após questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos pontos analisados pelos ministros da Corte é a viabilidade de custeio dos novos salários.

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A lei 14.434 definiu o piso de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras. A suspensão da aplicação, no entanto, aconteceu na véspera da data que deveria trazer os salários reajustados. 

Agora, os Poderes buscam saídas para o impasse. Nesta segunda, Pacheco discutiu as propostas também com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na terça-feira (20), deve voltar a tratar do assunto com ministros do STF.

Veja os projetos apresentados pelo presidente do Senado:

PLP 44/2022

O projeto de lei complementar do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) permite que estados e municípios redistribuam recursos originalmente recebidos para o combate da Covid-19 para outros programas na área da saúde. 

Situação: aguarda distribuição para as comissões permanentes do Senado.

PL 798/2021

Projeto de lei do próprio Rodrigo Pacheco reabre por 120 dias o prazo de adesão ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT), conhecido como programa de repatriação de recursos. O regime foi criado em 2016 e, até o ano seguinte, trouxe de volta ao Brasil cerca de R$ 179 bilhões. 

Situação: aguarda parecer do relator, o senador licenciado Renan Calheiros (MDB-AL).

PL 458/2021 

De autoria do senador Roberto Rocha (PTB-MA), o projeto cria o Regime Especial de Atualização Patrimonial (Reap). O objetivo é permitir a atualização de valores e a correção de dados de bens móveis e imóveis de propriedade de pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil, com a consequente aplicação de alíquota especial do Imposto de Renda sobre o acréscimo patrimonial e a exclusão de penalidades decorrentes da omissão do objeto de correção. 

Situação: aprovada pelos senadores; aguarda votação na Câmara dos Deputados.

PL 1.417/2021

Do senador Luis Carlos Heinze, a proposta prevê o pagamento de um auxílio financeiro pela União para as santas casas e hospitais filantrópicos sem fins lucrativos. O benefício é estimado em R$ 3,34 bilhões. 

Situação: aprovado pelos senadores e encaminhado à análise dos deputados.

Outras propostas

Orçamento secreto

Conforme a Agência Senado, o líder da Minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN), sugeriu que as emendas do relator-geral do Orçamento (RP9) sejam usadas para pagar o servidores da rede pública e dos hospitais filantrópicos.

De acordo com Jean Paul, a proposta recebeu o apoio de parlamentares da base de apoio ao governo e da oposição.  Recursos já destinados para a área da Saúde seriam “carimbados” como fonte de recursos para o pagamento do piso. 

A mudança dependeria da aprovação de uma proposta de emenda à Constituição, que o parlamentar pretende apresentar nesta semana.

Há propostas também que prevêem a exploração de jogos e apostas no Brasil, a alteração na Lei da Partilha, que descentraliza o excedente do pré-sal da União para estados e municípios com valores proporcionais ao impacto do piso, além da desoneração na folha de pagamentos para atender os hospitais particulares.

(Com informações da Agência Senado)

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