Singer busca distribuidores para máquinas de costura no CE e não descarta retomar produção no Estado

Raul Garza, vice-presidente da marca, esteve em Pernambuco para conversar com varejistas e distribuidores parceiros, bem como conhecer polos de produção têxtil

Legenda: Das vendas da marca nacionalmente, 40% ocorrem no meio online e 60% são no offline
Foto: Divulgação/Singer

Com o Nordeste concentrando 25% das máquinas da Singer em uso no Brasil, a marca está, no momento, com os olhares voltados para a Região. Em entrevista à coluna, o vice-presidente Latam da SVP Worldwide, dona da Singer, Raul Garza, disse que deve visitar o Ceará no próximo ano e que procura um distribuidor para as máquinas de costura. Além disso, ele não descarta retomar a produção dos equipamentos no Ceará.

“No Ceará, estamos buscando um distribuidor especializado”, disse Garza. A ideia é que os distribuidores especializados possam fazer a ponte com indústrias têxteis. Hoje, a venda das máquinas no Ceará ocorre por meio de varejistas nacionais, como Casas Bahia e Magazine Luiza, mas a Singer também comercializa por meio de seu site.

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O Ceará já esteve nos planos da Singer de outras maneiras em anos passados. Até 2009, a marca tinha uma fábrica em operação na cidade de Juazeiro do Norte. Garza lembra que o espaço foi desativado “em uma movimentação global de otimização de custos”. “É algo que tem a ver com uma otimização de custos, não é específico do Ceará”.

Questionado sobre as chances de retomar essa produção, ele pontuou que “existe essa possibilidade, mas que não seria no mesmo prédio porque ele já não está nas mãos do grupo”. Apesar de existir a possibilidade, Garza reforça que isso não está nos planos da empresa no momento.

“Pode ser, mas depende de estudos. Por exemplo, para tomarmos uma decisão relevante assim precisamos avaliar a disponibilidade dos portos próximos, de navios”, explica Garza.

“Hoje nós temos uma tendência global de não depender apenas da China para qualquer produção, então essa diversificação pode nos levar para outras partes do globo. Por isso eu digo que pode ser que no futuro nós retomemos a ideia de manufaturar no Brasil”.

A Singer mantém uma fábrica no Brasil, em Indaiatuba, São Paulo, focada na produção de agulhas.

Em julho passado, o vice-presidente Latam da SVP Worldwide esteve em Pernambuco para conversar com distribuidores e varejistas parceiros, bem como para conhecer os polos de produção têxtil. A ideia é que, no próximo ano, o Ceará receba a marca com esse mesmo propósito.

Tendências de consumo

Das vendas da marca nacionalmente, 40% ocorrem no meio online e 60% são no offline, destaca a diretora de marketing e e-commerce da SVP Worldwide na América Latina, Concheta Feliciano.

Ela detalha que a jornada de compra de uma máquina de costura costuma começar no ambiente virtual, com pesquisa de preços e modelos, e encerra no físico, com o cliente experimentando o produto e concluindo o processo. Essa constatação justifica as agendas de aproximação da Singer com distribuidores e varejistas parceiros.

“Achamos que esse percentual (de 40%) vai crescer, mas ninguém sabe até onde vai chegar. A máquina de costura é uma ferramenta que às vezes as pessoas precisam olhar, experimentar e isso às vezes somente é possível em lojas físicas. Mas o que a gente percebe é que o processo de compra cada vez mais está conectado ao online”, detalha Concheta.

E as vendas de máquinas de costura têm ganhado novos contornos ao longo dos últimos anos. Isso porque os equipamentos estão cada vez mais modernos para atender a um consumidor que, entre outros perfis, busca a costura para lazer. Há máquinas com tecnologia Wi-Fi e tablet acoplado que, a partir de comandos executados na tela, bordam e costuram “sozinhas”, sem que seja necessária muita prática.



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