Elmano aposta em 'diálogo' para Trump voltar atrás em tarifas e leva propostas a Alckmin
O Estado comercializou mais de US$ 1 bilhão com o exterior no primeiro semestre e os EUA representam o destino de mais da metade dos produtos enviados pelo Ceará
Numa corrida contra o tempo para mitigar os efeitos do tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, empresários cearenses, capitaneados pelo governador Elmano de Freitas, se reúnem na manhã desta terça-feira (29) com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Em entrevista à correspondente Flávia Rabelo, Elmano de Freitas disse, após o encontro, apostar "na solução" pelo "diálogo e negociação".
Veja também
"Nós entendemos que até dia primeiro devemos intensificar o diálogo, intensificar a busca de negociação e a partir do dia primeiro, quando saberemos exatamente qual foi o resultado desse diálogo, (devemos) estar prontos para qualquer cenário que possa se apresentar", disse.
Elmano reforçou que após o resultado do diálogo serão discutidas as medidas a serem tomadas especialmente para cada setor. "Não sabemos se a medida será para todos os setores, se será excepcionada para algum setor. Temos que aguardar o processo de negociação".
Apesar da aposta, a comitiva apresentou ao vice-presidente um conjunto de sugestões com base nos levantamentos realizados pelo Observatório da Indústria, da Fiec. O governador não detalhou, porém, quais são essas propostas.
Outra posição reforçada pelo governador do Ceará é de orientar aos empresários brasileiros que mantêm negócios com os Estados Unidos a conversarem para "intensificar a pressão" para "um diálogo razoável".
"Nós estamos pedindo aos empresários cearenses que vendem no mercado americano, que busquem negociar e conversar com aqueles que compram do mercado cearense", disse Elmano.
Participaram do encontro na manhã desta terça nomes dos principais setores da pauta exportadora cearense. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, integram o grupo.
Rita Granjeiro, da Fazenda Granjeiro; André Luiz, da Grendene; Marcelo Matos, da Aeris Energy; Paulo Gonçalves, primeiro-secretário e responsável pelos assuntos de comércio do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrio); Erick Torres e Jorge Oliveira, ambos da ArcelorMittal; Felipe Gurgel, da Durametal; e Carlos Rubens Araújo Alencar, presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), também estiveram na reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Entre janeiro e junho deste ano, o Ceará comercializou com o exterior US$ 1,072 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) em produtos, sendo os EUA o destino de mais da metade dos produtos enviados pelo Estado. O Estado deve ser o mais afetado pela decisão de Trump.