Com o fim do ano se aproximando, pais e responsáveis começam a se preparar para os gastos com educação do período letivo seguinte. Uma das despesas mais importantes é a mensalidade escolar, que deve sofrer um reajuste de, em média, 9% em todo o Ceará, conforme levantamento do Grupo Rabbit com 41 escolas particulares em todo o Estado.
O percentual é o dobro da inflação acumulada medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 4,42%. Apesar disso, a taxa média apontado pelas escolas está abaixo do último reajuste previsto em 2023 para o ano de 2024, de 10% a 15%.
A reportagem buscou o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE) e a da Associação das Escolas Particulares do Cariri (AEPC), mas não houve retorno até a publicação deste texto. O espaço está aberto.
A média de 9% está em linha com os novos valores comunicados pelas escolas a alguns pais de Fortaleza. A psicóloga Roberta Costa teve esta semana acesso aos valores referentes ao ano de 2025 na escola em que os filhos estudam: 9,88% a mais do que em 2024.
Ela lamenta o reajuste acima da inflação "ano após ano". "Eu tenho dois filhos e isso pesa muito no orçamento. Queremos priorizar a qualidade do ensino deles, e isso acaba afetando outras áreas, porque esse recurso precisa sair de algum lugar".
"O ideal é que a mensalidade escolar não comprometa mais de 30% do orçamento familiar, mas fica cada vez mais difícil fechar essa conta quando queremos o melhor para as crianças", avalia Roberta.
Reajuste médio no Brasil
O estudo do grupo Rabbit ouviu, além do Ceará, escolas em todas as outras regiões do País, totalizando 680 instituições privadas de ensino. No Brasil, o reajuste médio foi estimado em 8% a 10%.
Conforme a pesquisa, o reajuste das mensalidades é determinado pela tríade: inflação do período, reajuste do salário dos professores e investimentos realizados pela escola. "A estabilidade do mercado possibilita uma previsão antecipada dos índices de reajuste das mensalidades".
Para o Grupo Rabbit, o reajuste de 8% a 10% "é uma forma de recuperar parte das perdas que ocorreram com a pandemia", que ocasionou redução no número de alunos, aumento da inadimplência e da concessão de descontos.
Rematrícula é opção para garantir preços mais atrativos
A rematrícula mais cedo é cada vez menos adotada pelos pais e responsáveis, conforme o estudo. Algumas escolas inclusive ofertam descontos para os pais e responsáveis que efetuarem matrícula antecipada.
"Um movimento que persiste nas últimas duas sazonalidades é o atraso na efetuação das rematrículas pelos alunos. Cada vez mais, os pais demoram para realizar as renovações, resultado que aumenta os alunos que se matriculam em março e abril, incluindo até casos do ensino fundamental 2 e médio", frisa o estudo.