O Estado do Ceará tem investido forte – em estrutura e articulações - para ter, no futuro próximo, um hub de produção e distribuição de hidrogênio verde. O combustível, considerado fundamental para o futuro do desenvolvimento econômico e ambiental no mundo, deve multiplicar o PIB cearense, caso as projeções mais otimistas se confirmem.
O hidrogênio verde é uma energia limpa gerada a partir da eletrólise da água usando energias renováveis e limpas como eólica e solar. Embora especialistas apontem que os bilionários investimentos nesta área possam demorar a sair, é praticamente consensual a ideia de que representará o futuro, caso haja produção sustentável e em larga escala.
O Ceará parte na frente dos concorrentes em relação à produção de hidrogênio verde e os movimentos já chamaram a atenção do mundo. Até o momento, há 24 protocolos de intenção assinados entre o Estado e diversas empresas que pretendem investir no setor. Um montante bilionário, capaz de modificar o perfil econômico do Ceará.
Diante das perspectivas animadoras, uma informação divulgada na semana passada no campo político pode ter uma importância estratégica para o Ceará: a criação de uma comissão especial no Senado Federal para discutir as políticas de hidrogênio verde, cujo presidente será o senador cearense Cid Gomes.
O colegiado foi anunciado pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e tem como objetivos avaliar políticas públicas e tecnologias para a expansão do combustível limpo, além de identificar e propor soluções para questões de regulação, obstáculos e desafios para a produção em escala.
“O hidrogênio verde é certamente uma das grandes alternativas para o consumo de gases ou combustíveis que geram carbono e que, portanto, estão contribuindo para o efeito estufa. O hidrogênio é um combustível, mas não gera carbono. Obviamente, a partir do momento em que se instala uma rede no país, a gente vai poder ter uma alternativa ecologicamente correta”, declarou Cid, ao defender a iniciativa do Congresso.
Recentemente, o Ceará lançou a primeira molécula de hidrogênio verde em um projeto piloto na América Latina, localizado no Complexo do Pecém.
O senador, cujo trabalho pode ser estratégico para o Estado nesta área, destacou o pioneirismo do Estado e o horizonte de futuro no tema.
“O Ceará, estado que represento, produziu recentemente a primeira molécula de hidrogênio verde em projeto piloto no Complexo Termelétrico do Pecém, primeira planta desse combustível no Brasil. Além dessa iniciativa, o Governo do Ceará assinou 24 memorandos de entendimento para implantação de projetos de hidrogênio verde voltados à exportação dessa energia. Outras unidades da federação têm grande potencial para essa produção e para parcerias que atraiam investimentos e empregos”, afirmou o senador cearense.
Composição do colegiado
Além de Cid, a Comissão será formada pelos senadores Otto Alencar (PSD-BA), Marcos Pontes (PL-SP), Fernando Dueire (MDB-PE), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Rodrigo Cunha (União-AL) como titulares.
Entre os suplentes há outro cearense: Ciro Nogueira (PP-PI), Eliziane Gama (PSD-MA) e Eduardo Girão (Novo-CE).
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