Coordenador do plano econômico do então candidato a presidente Ciro Gomes e um dos responsáveis pelo programa de austeridade fiscal do Ceará, o deputado federal Mauro Filho (PDT) tem mantido contato com membros do grupo econômico da equipe de transição do presidente Lula.
O economista diz haver razão para que o novo governo fure o teto de gastos para manter o programa Bolsa Família, mas alerta que precisa haver sinalizações sobre recomposição das receitas.
“O presidente tem o direito de ter os valores extra-teto para pagar o Bolsa Família, mas isso precisa ser acompanhado de medidas que possam dar conforto à sustentabilidade intertemporal da dívida pública”.
Essa “sustentabilidade” diz respeito à criação de novas fontes de receita ao governo federal como, por exemplo, a redução das desonerações tributárias e a possível criação de uma contribuição sobre lucros e dividendos acima de R$ 20 milhões.
“Tenho conversados com membros da equipe econômica e tenho defendido a necessidade de medidas como estas. Isso daria tranquilidade para esse novo momento”, defende.
Nacionalmente, o PDT apoiou a candidatura de Lula no segundo turno e integra o grupo de transição indicado pelo novo presidente. Carlos Lupi, o mandatário nacional da legenda, tem dito que o partido - até pela proximidade ideológica - deve apoiar o governo Lula no Congresso Nacional.
No Ceará, após uma eleição turbulenta, o partido discute, no Ceará, uma posição em relação ao governo Elmano de Freitas. Mauro defende manter o diálogo sobre o assunto.