Após a Eleição 2022, em meio aos diálogos iniciais entre PT e PDT para uma tentativa de “reaproximação” depois do rompimento no Ceará, um dos temas colocados em debate foi a manutenção da parceria administrativa entre Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado, comandados pelos dois partidos.
A situação de conviver com um petista no comando do Estado não é novidade para José Sarto (PDT), o prefeito da Capital. Os dois primeiros anos do mandato dele coincidiram com o último período de Camilo Santana. O executivo estadual segue sob comando petista, mas a circunstância política agora é bem diferente.
Desde os primeiros embates, os desentendimentos entre as lideranças dos dois partidos estavam no campo político e parecia haver um tipo de “acordo” para não envolver a relação institucional entre Estado e Prefeitura. Entretanto, isso caiu por terra neste episódio do aumento da passagem de ônibus na Capital.
Na argumentação para justificar o aumento do valor da tarifa de R$ 3,90 para R$ 4,50, o prefeito Sarto relatou que há dois meses não recebe o repasse do Estado de cerca de R$ 3 milhões por mês.
Elmano não engoliu. Ele rebateu as afirmações e detalhou a redução de ICMS sob o diesel – insumo básico do transporte urbano – como sendo a contribuição do Estado para o setor.
Do ponto de vista institucional, se a Prefeitura de Fortaleza queria a continuidade da parceria, isso deveria ter sido tratado em contato direto entre os gestores.
Por outro lado, se não gostaria de continuar contribuindo, o Estado – também de modo institucional – deveria ter comunicado oficialmente. Esse procedimento teria sido adotado, sem dúvidas, caso os dois fossem aliados.
O fato é que o episódio da tarifa de ônibus sinaliza um rompimento administrativo entre as duas gestões.
A proximidade do embate eleitoral de 2024, a julgar pelos fatos do momento, tende a intensificar os embates.
O que não pode é a divergência penalizar a população. Esse é o pior caminho.
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